Saiba mais sobre o novo câncer enfrentado por Ana Maria Braga
Os sintomas dos adenocarcinomas dependem do órgão que eles afetam ou comprimem.
Ana Maria Braga revelou nesta segunda-feira (27) que está enfrentando um câncer no pulmão. De acordo com a apresentadora, a doença mais agressiva atinge os pulmões e não é passível de cirurgia ou de radioterapia, como os cânceres já enfrentados pela jornalista.
O que é
O adenocarcinoma é um tumor maligno, derivado de células glandulares epiteliais secretoras, que pode afetar quase todos os órgãos do corpo (pulmões, intestinos, pâncreas, fígado, colo do útero, etc.). Estas células podem também originar um tumor benigno, o adenoma, o qual guarda a potencialidade de transformar-se em adenocarcinoma. Embora a prefixo “adeno” queira dizer “junto a uma glândula”, não é necessário que as células desse tumor pertençam a uma glândula, desde que sejam secretoras.
Em geral, os adenocarcinomas são um tipo de câncer bastante agressivo e de difícil remoção cirúrgica e têm, por isso, um prognóstico desfavorável. O adenoma, embora benigno, pode causar sérios problemas ao funcionamento orgânico em virtude de compressões ou destruição de órgãos.
Quais são as causas do adenocarcinoma?
Não se conhece precisamente as causas dos adenocarcinomas, como de nenhum câncer, no entanto sabe-se de fatores gerais que contribuem para ele, os quais também valem aqui, como hereditariedade, poluição ou idade avançada. Alguns outros fatores parecem contribuir para o aparecimento de tumores em certos órgãos: uso de fumo (tumores de pulmão), reposição hormonal (tumores de mama), qualidade da alimentação (tumores de estômago ou intestino), etc.
Quais são os principais sintomas dos adenocarcinomas?
Os sintomas dos adenocarcinomas dependem do órgão que eles afetam ou comprimem. Conforme seja sua localização, os adenocarcinomas podem evoluir durante muito tempo sem dar sintomas. Como podem afetar quase todos os órgãos, a sintomatologia gerada por eles é extremamente variável, pelo que só se pode abranger uma amostragem deles, aqui mencionada a título de exemplos:
- Adenocarcinoma de pulmão: é uma das mais frequentes formas de câncer do pulmão, comum também em não fumantes. Às vezes evolui durante muito tempo sem dar sintomas e seu primeiro achado costuma ser feito num exame de imagem do tórax realizado por outro motivo. Seus sintomas podem incluir tosse, às vezes com escarro sanguinolento; dor torácica; dispneia; chiado no peito; perda de peso, etc.
- Adenocarcinoma de intestino (geralmente de cólon): como o câncer do cólon pode evoluir sem sintomas, numa fase inicial, ele frequentemente é detectado durante um exame de rotina ou feito em razão de outro motivo diagnóstico. Quando os sintomas começam, eles costumam ser: dor abdominal, sangramento retal aparente ou não (sangue oculto nas fezes), mudanças nos hábitos intestinais, anemia e, nos casos mais avançados, percepção de massa abdominal; hepatomegalia (crescimento do fígado) e ascite (“água na barriga”).
- Adenocarcinoma de colo de útero: inicialmente, o adenocarcinoma de colo de útero pode não dar sintomas, mas quando eles começam a aparecer, costumam ser um sangramento vaginal intermitente; secreção vaginal de odor fétido; dor abdominal e, nos casos mais avançados, distúrbios urinários e/ou intestinais.
- Adenocarcinoma de pâncreas: cerca de 95% dos tumores de pâncreas são adenocarcinomas. Geralmente crescem também sem dar sintomas e por isso só são descobertos num estágio tardio da doença, às vezes já como consequência de metástases ou de compressão de órgãos vizinhos, como o colédoco (canal que drena a bile da vesícula para o intestino), por exemplo, impedindo sua função. Os sintomas mais precoces costumam ser dor, icterícia e perda de peso.
- Adenocarcinoma de estômago: numa fase inicial pode não haver sintomas ou eles são muito poucos e inespecíficos. Quando começam a aparecer os sintomas mais característicos, eles costumam ser: anorexia; enjoos e sensação precoce de estômago cheio; intolerância à carne (de mais difícil digestão); dor abdominal; dificuldade de engolir (se o tumor comprometer a cárdia, que é um esfíncter entre o esôfago e o estômago); digestão imperfeita (caso o tumor invada o corpo do estômago) e emagrecimento. Num estágio mais avançado pode haver massa tumoral palpável, no epigástrio, ou seja, na região onde fica o estômago, sangramento intestinal alto, caquexia e anemia severa.
- Adenocarcinoma de mama: a grande maioria dos tumores da mama são adenocarcinomas e se iniciam nos tecidos glandulares, sejam lobulares ou ductais (na maioria dos casos). Geralmente se manifestam como um nódulo duro, único, indolor e sem mobilidade. Sem outros sintomas, de início, podem mais tarde gerar deformidade e aumento de volume da mama, retração do mamilo, crescimento dos gânglios axilares, vermelhidão, edema, dor e secreção de líquido pelos mamilos.
Como o médico diagnostica um adenocarcinoma?
O diagnóstico por imagem do adenocarcinoma é feito como o de outros tipos de câncer. Histologicamente, eles geralmente são detectados por meio do exame de material colhido em uma biópsia e examinado ao microscópio. Se tal tumor é descoberto, ele requer tratamento imediato, porque os adenocarcinomas são de rápida progressão e tendem a dar metástases com facilidade, permitindo ao câncer espalhar-se para outros órgãos que não o original.
Como o médico trata o adenocarcinoma?
O tratamento do adenocarcinoma inclui a remoção cirúrgica do tumor e cuidados com as possíveis complicações que ele tenha causado. Após a cirurgia, o paciente deve passar por uma quimioterapia e/ou radioterapia, para evitar que o tumor possa recidivar.
Como é a evolução de um adenocarcinoma?
Diagnosticado em fase inicial e adequadamente tratado, a maioria dos adenocarcinomas tem cura. No entanto, é um tipo de câncer de crescimento rápido e de caráter bastante agressivo, pelo que exigem um tratamento eficaz e rápido.
Os adenocarcinomas facilmente dão metástases em tecidos não glandulares normais.
ABCMED