Homens executados por pena de morte na Arábia Saudita confessaram sob tortura, diz TV
A Arábia Saudita executou mais de cem pessoas desde o início do ano
Alguns dos 37 homens que foram executados pelo governo da Arábia Saudita pela sentença de pena de morte tinham pedido clemência à Justiça. Eles disseram que foram obrigados por torturadores a assinar as confissões de crimes que não cometeram.
As informações estão em documentos e processos judiciais obtidos pela CNN. Neles, os condenados dizem que as confissões que assinaram foram escritas pelas mesmas pessoas que os torturaram, e disseram ter provas do que diziam.
Um outro reafirmou lealdade ao rei Salman, na esperança de que pudesse ser perdoado.
Os argumentos não convenceram os juízes durante o julgamento, em 2016. Na terça, o governo de Riad anunciou que 37 homens haviam sido executados. Um deles foi crucificado após a execução e exibido em público, como um alerta.
Os documentos mostram que alguns dos acusados disseram várias vezes nos tribunais de que as confissões que assinaram eram falsas e que haviam sido obtidas sob tortura.
Em alguns casos, os acusados forneceram apenas a impressão digital, para corroborar confissões que haviam sido escritas pelos torturadores. Um dos executados era parcialmente cego e surdo.
Segundo a Anistia Internacional, o mais jovem dos condenados foi processado por participar de um protesto violento quando tinha 16 anos. Sua sentença sofreu críticas da ONU, que pediu por uma revisão do caso, sem sucesso.
Os 37 homens foram condenados pela acusação de terrorismo e de espionagem a favor do Irã. Procurado pela CNN, o governo saudita não se pronunciou.
Na terça, o governo havia dito que o reino adota uma política de tolerância zero contra terroristas e que os condenados tiveram julgamento e foram condenados por vários crimes graves.
No total, a Arábia Saudita executou mais de cem pessoas desde o início do ano, de acordo com um balanço estabelecido a partir dos comunicados oficiais.
Folhapress