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Em marcha histórica, jovens pedem restrições a armas nos EUA

Mobilização atingiu mais de 800 cidades mundo afora

Por Redação T5 Publicado em
Marcha eua

Centenas de milhares de pessoas, em sua maioria jovens, se reuniram neste sábado (24) em Washington e em mais de 800 cidades mundo afora para pedir um basta à facilidade para se comprar armas nos Estados Unidos, país que é palco recorrente de massacres em escolas.

A mobilização foi organizada pelos sobreviventes do tiroteio em um colégio de ensino médio em Parkland, na Flórida, que deixou 17 mortos em fevereiro passado, mas logo ganhou a adesão de pessoas afetadas por outros episódios semelhantes, como os massacres de Columbine (1999) e Sandy Hook (2012), e de estrelas da música e de Hollywood.

Em Washington, os estudantes tomaram a Avenida Pennsylvania e montaram um enorme palco, tendo ao fundo o Congresso dos Estados Unidos, que vem resistindo ao apelo por mais controles no comércio de armas e cedendo às pressões da poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA), financiadora de dezenas de deputados e senadores e até do presidente Donald Trump.

"Aos cínicos que nos disseram para ficarmos sentados, bem-vindos à revolução, uma revolução poderosa e pacífica. São mais de 800 marchas mundo afora. Hoje é o começo de um futuro brilhante para o país", declarou um dos líderes dos estudantes. Ao todo, os organizadores dizem que a mobilização inclui cerca de 840 "marchas pelas nossas vidas", sendo 700 em solo norte-americano.

Nos outros países, foram registrados atos em cidades como Paris, Londres, Roma, Milão, Florença, Madri, Tóquio e Sydney. Até o momento, Trump não se pronunciou sobre as marchas, nem mesmo em seu Twitter, principal plataforma de comunicação de seu governo.

O último comentário do presidente na rede social sobre o assunto foi o anúncio de uma medida, na última sexta-feira (23), para proibir os "bump stocks", acessórios usados para aumentar o poder de fogo de fuzis semiautomáticos. O veto ao dispositivo é uma das reivindicações dos estudantes.

No entanto, uma porta-voz da Casa Branca, Lindsay Walters, elogiou os "numerosos jovens americanos que estão exercendo hoje seu direito garantido pela primeira emenda". "Garantir a segurança de nossas crianças é a principal prioridade do presidente", declarou.

Uma das propostas de Trump para evitar novos massacres em escolas dos EUA é permitir que funcionários armados circulem entre os alunos, inclusive professores.

Reivindicações

De forma geral, os estudantes não exigem a proibição total da venda de armas nos Estados Unidos para civis. Contudo, pedem mais controles de antecedentes de compradores, o veto a todos os armamentos semiautomáticos e o aumento da idade mínima para adquirir armas de 18 para 21 anos.

Ainda não há dados oficiais sobre a mobilização, mas os organizadores esperavam reunir pelo menos 500 mil pessoas, o que a transformaria em uma das maiores marchas populares da história norte-americana.

"Vocês me deixaram orgulhoso de meu país novamente. Estamos 100% com vocês, mas ambos pensamos fortemente que essa é sua marcha, o seu momento", diz um artigo publicado por George Clooney na edição norte-americana do jornal "The Guardian". Ele e sua esposa, Amal Alamuddin, doaram US$ 500 mil para a manifestação.

Já fala-se em uma nova onda de protestos em 20 de abril, aniversário de 19 anos do massacre de Columbine, que deixou 13 mortos. O objetivo dos jovens é pressionar os congressistas em vista das eleições de meio de mandato, em novembro de 2018. (ANSA)



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