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Após decisão dos EUA de sobretaxar aço, Brasil teme perder mercado

Ao todo, 32% do aço exportado pela indústria brasileira tem como destino os Estados Unidos.

Por Redação T5 Publicado em
Aco taxa eua

Com a decisão dos Estados Unidos de sobretaxar as exportações de aço e alumínio em 25% e 10%, respectivamente, a indústria brasileira teme perder espaço não só no país norte-americano, mas também no próprio mercado interno.

Representantes das principais indústrias siderúrgicas avaliam que os demais países afetados pela medida buscarão destinar suas vendas a outros consumidores, o que resultará numa forte pressão comercial sobre as empresas que produzem e empregam no Brasil.

“São dois problemas a partir dessa decisão. O primeiro é perder o principal mercado de exportação [EUA], e o segundo é que aquele aço russo, coreano, japonês, chinês que vai buscar outros mercados, e a indústria local será alvo [de concorrência]”, avalia Alexandre Lyra, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, que reúne as principais empresas do setor.

Ao todo, 32% do aço exportado pela indústria brasileira tem como destino os Estados Unidos. Com isso, o país figura como o segundo maior exportador para o mercado norte-americano, com 4,7 milhões de toneladas embarcadas em 2017. Só perde para o Canadá, que exportou 5,8 milhões de toneladas ano passado.

Entre os 10 os maiores exportadores de aço para os EUA, além de Brasil e Canadá, estão outros parceiros tradicionais do país, como Coreia do Sul (3º), México (4º), Japão (7º) e Alemanha (8º). Países como Rússia (5º) e Turquia (6º) também figuram na lista dos principais exportadores do produto. A China, apesar de ser apenas a 11ª exportadora de aço para os EUA, reponde por 50% da produção mundial e tem uma capacidade instalada ainda maior, de mais de 400 milhões de toneladas, o que poderia inundar os mercados de todos os países com o produto.

No caso do alumínio, a decisão dos EUA de sobretaxar o produto em 10% pode frustrar a expectativa da indústria brasileira do crescimento previsto para este ano, após três anos de quedas sucessivas nas vendas para o mercado interno (entre 2015 e 2017). “A gente estava prevendo um crescimento de 5% no mercado doméstico este ano, agora vamos ter que rever isso em função da decisão do governo Trump”, lamenta Milton Rego, presidente executivo da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), que representa as empresas do setor.



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