Artista lança material em que heróis são orixás
O ilustrador Hugo Canuto estará lá, entre os dias 7 e 10 de dezembro, para divulgar seu projeto Conto dos Orixás, inspirado nas lendas africanas e na cultura da umbanda
Quem passear pela mesa A37 da Artist’s Alley na Comic-Con Experience deste ano poderá descobrir um projeto bem diferente. O ilustrador Hugo Canuto estará lá, entre os dias 7 e 10 de dezembro, para divulgar seu projeto Conto dos Orixás, inspirado nas lendas africanas e na cultura da umbanda. Ele preparou 16 ilustrações das principais divindades, além de cartões-postais, artbook e uma prévia do livro, que deverá ser lançado no ano que vem.
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“Serão cerca de 120 páginas em formato americano, inspiradas nos Itan, o conjunto de mitos, histórias e canções sobre essas divindades, mas apresentados dentro da estética típica das histórias em quadrinhos”, explica Canuto.
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O projeto surgiu há um ano, quando Canuto refez capas famosas de super-heróis substituindo os protagonistas por figuras como Ogun e Iemanjá. A viralização foi instantânea. “Era um chamado ao público para refletir – por que nossa cultura é desprestigiada e a estrangeira, valorizada? Por que Thor é um herói e Xangô, considerado “demônio” por alguns? Por que é mais fácil achar um livro de mitologia nórdica do que sobre os mitos yorubás?”, explica o quadrinista.
O sucesso nas redes sociais demonstrou que havia um potencial maior ali. Desde então, Canuto tem se dedicado ao livro – originalmente previsto para ser lançado na CCXP, mas adiado por questões de saúde. “Ele está sendo feito com dois artistas – arte-final do Marcelo Kina, que trabalha na Maurício de Souza Produções, e cores do Pedro Minho, da área de animação”, conta. “Também participaram 40 artistas de várias áreas, como graffiti, animação, pintura, convidados a dar sua própria visão sobre o tema”.
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Contos dos Orixás também utilizou consultores ligados às religiões de matrizes africanas. Canuto diz que, assim que decidiu criar o livro, retornou para Salvador (BA) e passou a estudar profundamente as narrativas relacionadas aos orixás. Autores consagrados, como Pierre Verger e Edson Carneiro, foram fundamentais. “Apesar de não ser uma obra religiosa, ela foi feita com todo o cuidado e respeito. Visitamos terreiros tradicionais, entrevistamos lideranças religiosas. Nosso objetivo é honrar esse importante alicerce da cultura brasileira”, explica.
Com informações de Mundo Estranho.