Submarino argentino perdido no Atlântico Sul envia chamados
Os sinais foram detectados com a colaboração de uma empresa americana.
Sete chamadas via satélite que supostamente são oriundas do submarino da Marinha argentina perdido no Atlântico foram detectadas nesse sábado (18), fazendo aumentar as expectativas de que a embarcação com 44 tripulantes seja localizada, informou o ministério da Defesa.
"Não foi possível estabelecer comunicação com as bases da Marinha, estamos trabalhando para estabelecer a localização precisa do emissor", explicou o comunicado.
O porta-voz da Armada, a Marinha de Guerra argentina, Enrique Balbi, alertou, no entanto, que as chamadas foram breves e com um sinal muito baixo e isso pode complicar a triangulação necessária para a geolocalização.
O mau tempo é outro obstáculo, afirmou Balbi ao canal TN.
"As chamadas, com uma duração entre 4 e 36 segundos, foram recebidas entre as 11h52 e 16h52 (de Brasília) em distintas bases da Marinha, apesar de não conseguirem estabelecer contato", afirma ainda o comunicado.
Ainda não foi confirmado se essas sete chamadas por satélite vieram do submarino.
"As comunicações são tão curtas e com um sinal tão baixo que, se esperarmos a geolocalização e ela coincidir com a área de busca, poderíamos chegar a confirmar que é o submarino", explicou Balbi.
Perito Naval
O perito naval Fernando Morales, disse à C5N que "existe um entusiasmo cauteloso", já que a tentativa de utilizar o telefone satelital indicaria que "o submarino teve que emergir a uma profundidade que permita a chamada".
Os sinais foram detectados com a colaboração de uma empresa americana especializada em comunicação via satélica, esclareceu o ministério.
As buscas pelo submarino argentino "ARA San Juan", que perdeu contato com a base na quarta-feira, prosseguiam neste final de semana.
O governo lançou na noite de sexta o estado de "busca e resgate", segundo as convenções marítimas internacionais para intensificar os esforços para encontrar a embarcação.
O "ARA San Juan" navegava entre o porto de Ushuaia e o Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, quando perdeu qualquer contato. Todos os navios na zona foram convocados para informar sobre qualquer avistamento ou sinal de comunicação do submarino, assim como as bases do litoral.
"Faremos o necessário para achar o submarino o quanto antes", afirmou o presidente Mauricio Macri no Twitter.
Macri viajou para Chapadmalal, a 25 km do Mar del Plata, onde o ministro da Defesa, Oscar Aguad, e seu gabinete montaram uma base para monitorar as buscas.
ARA significa Armada da República Argentina e todos os navios da Marinha de Guerra levam esse prefixo em seu nome.
A Argentina recebeu formalmente oferecimento de ajuda por parte do Brasil, Chile, Uruguai, Peru, Estados Unidos, Grã-Bretanha e África do Sul, segundo a Armada argentina.
Além das dez aeronaves, participam onze buques, dez argentinos, um deles o polar inglês "Protector", que "está fazendo do sul ao norte a rota que o submarino deveria ter seguido até Mar del Plata.
O "HSM Protector", é yn barco de patrulha de gelo do Reino Unido com equipamentos de sonar, explicou um comunicado da Royal Navy.
Segundo o comunicado, a Grã Bretanha "também está destacando seu Grupo de assistência de Paraquedistas Submarinos e o "HSM Clyde", patrulheiro das Ilhas Malvinas, território cuja soberania é disputada entre Argentina e Grã Bretanha e que motivou uma guerra de 74 dias em 1982.
O governo brasileiro informou por comunicado que mobilizou três embarcações e que sua Força Aérea colabora, com duas aeronaves de patrulha e resgate.
A Armada argentina tem duas hipóteses: que depois de ficar sem comunicação, o submarnino tenha prosseguido com sua rota para o destino final, aonde deveria chegar na próxima semana, ou que esteja emergido e sem propulsão como resultado de uma falha elétrica maior.
No último caso, navega a mercê das ondas. Segundo a meteorologia, o mar está agitado e com ventos de 90 km/hora na região.
O "ARA San Juan" foi incorporado à Marinha em 1985. É do tipo TR-1700, construído no estaleiro Thyssen Nordseewerke de Edemen, na Alemanha, em 1983.
Ele leva a bordo a argentina Eliana Krawczyk, 35 anos e a primeira submarinista sul-americana.
Com informações de Jornal do Commercio.