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Paixão de gerações

'Nossa casa se transforma', celebra família apaixonada por festa junina

No dia de celebração da véspera de São João, quadrilhas juninas relatam como a tradição, passada de geração em geração, resiste regionalmente.

Por Juliana Alves Publicado em
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(Foto: Divulgação/Secom-JP)

Nesta quinta-feira (23) é celebrado a véspera de São João, dia em homenagem ao santo da igreja católica, um dos mais populares do país. A data, que marca a celebração das festas juninas, tem um significado especial, sobretudo na região Nordeste.

Na Paraíba, a paixão pela festa é passada de geração em geração. Foi através das quadrilhas juninas que a família Pessoa se uniu para celebrar as festividades. Uma tradição que começou com os pais de Dayanne, foi herdada pelos seus filhos, e que deve ser passada para os seus netos.

A construção da família e da tradição, aliás, teve origem numa festividade junina. Dayanne nasceu em 1994, um ano depois que sua mãe, Deise Dias dos Santos, e seu pai, Felipe Alves Medeiros, começaram a dançar quadrilha.

Numa espécie de reedição da canção de Luiz Gonzaga, ‘Olha Para o Céu’, em 2011, foi a vez de Dayanne conhecer Adriano Pessoa Moreira, hoje seu esposo e pai dos seus filhos. Na ocasião, os dois participavam de um ensaio preparativo para se apresentar no São João de João Pessoa.

“Foi nessas preparações que eu conheci meu esposo. Dizem que a noiva de quadrilha não casa, mas é mentira, eu sou noiva de quadrilha e eu sou casada”, relatou.

O amor de Dayanne e Adriano foi da quadrilha para casa. Abraão, de oito anos, e Luíza, de três, são frutos da paixão junina. E se a união foi firmada no São João, o ritmo do forró, é claro, está no sangue. Os dois filhos do casal também dançam e participam das tradicionais festividades, especialmente a caçula da família. Veja:

Cada membro da família, aliás, é responsável por uma etapa no processo de apresentação do grupo junino. Tudo começa pelas mãos da avó de Dayanne, dona Geisa, que é costureira e confecciona as peças que serão utilizadas. A sua mãe participa do espetáculo como cangaceira, e seu pai, Felipe Alves Medeiros, toca zabumba na banda. Adriano é da organização e as crianças participam da parte teatral.

“Nossa casa se transforma no QG da quadrilha junina. Todos da família amam. É uma data (São João) muito importante para os quadrilheiros e nordestino, a mais esperada do ano”, disse a noiva de quadrilha.

Em família

Na família Menezes, também na capital paraibana, as festividades também são um elo entre o núcleo sanguíneo, que começou com os pais Cleane e Adailton e se estendeu para as filhas Gabrielle e Gisella.

Cleane, aliás, classifica o São João como ‘melhor período do ano’. A mãe de família, que dança há quase 20 anos, também conheceu seu esposo por conta das festas juninas. Foi através do ritmo do triângulo, que o jovem Adailton teve suas primeiras trocas com a hoje esposa e mãe dos seus filhos.

Ela, no entanto, teve de parar em três oportunidades, em 2004, 2015 e 2020. Sem conseguir ficar longe da festa, no entanto, voltou em 2022 e pode reunir marido e filhas na mesma sintonia na quadrilha ‘Junina Ubando’. Uma realização coletiva, da qual é motivo de orgulho para todos.

“O prazer de dançar para o público e manter viva a nossa cultura. Nos preparamos durante um ano de trabalho. Tem um significado mais que especial, com minha família unida num só proposito”, relatou.

Apesar do festival de quadrilha em João Pessoa acontecer, geralmente, no início do mês de junho, os preparativos das quadrilhas seguem durante todo o ano. O grupo do qual Dayanne e Cleane  fazem parte, por exemplo, tem quatro ensaios semanais, nas quartas-feiras, sextas, sábado e domingos.

Os preparativos acontecem no ginásio Odilon Ribeiro, no Valentina e no Centro Cultural de Mangabeira. Após passar o São João, as equipes iniciarão as preparações visando às apresentações do ano que vem.

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