Justiça concede mais 30 dias para Policia investigar Neymar
A delegada do caso aguarda imagens do hotel enviadas ao Brasil pela Justiça da França
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Tribunal de Justiça concedeu mais 30 dias de prazo para que a Polícia Civil conclua a investigação da acusação de estupro contra Neymar. A juíza Ana Paula Gomes Galvão Vieira de Moraes, da Vara de Violência Doméstica do Fórum de Santo Amaro, tomou a decisão nesta sexta (12).
A delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, que investiga o caso, havia feito o pedido de prorrogação no último dia 1º julho. Najila Trindade registrou boletim de ocorrência, no dia 31 de maio. Ela acusa Neymar de agredi-la e estuprá-la em um hotel em Paris. Busssacos tinha 30 dias para concluir o inquérito policial. O novo prazo passa a contar a partir desta sexta (12).
Depois de uma série de depoimentos, inclusive os de Najila e Neymar, a delegada aguarda imagens do hotel enviadas ao Brasil pela Justiça da França. As imagens estão no Brasil, mas os investigadores da Polícia Civil ainda não tiveram acesso, aguardam uma autorização judicial.
A juíza Moraes concedeu o prazo para que Bussacos realizasse demais diligências. Entre elas, analisar imagens das câmeras de segurança do hotel em Paris.
A polícia de Paris recolheu as imagens das câmeras de segurança do hotel em que estava hospedada a modelo Najila Trindade.
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Em sua primeira entrevista após registrar boletim de ocorrência, concedida ao SBT no dia 5 de junho, Najila diz ter alertado Neymar que não queria ser penetrada, já que ele estava sem preservativo. "Ele estava agressivo, totalmente diferente daquele cara que conheci nas mensagens. A gente começou a trocar carícias, ficar e se beijar. Ele me despiu. Até aí, tudo bem. Só que depois ele começou a me bater", afirmou a modelo.
"Nos primeiros [atos agressivos], ok. Só que depois começou a me machucar muito. Falei: 'para, está doendo'. Ele falou: 'desculpa, linda'. Continuamos. Falei: 'você trouxe preservativo?' Ele disse que não. 'Então não vai acontecer nada além disso'. Ele não respondeu nada. Ele me virou, cometeu o ato [sexual] e continuava batendo na minha bunda, violentamente. Foi rápido, eu me virei e saí do quarto. Eu falei: 'para, para, para'. Ele não se comunicava. Só agia", explicou Najila ao SBT no dia 5 de junho.
A Folha de S.Paulo teve acesso ao seu primeiro depoimento, quando Najila registrou o boletim de ocorrência no dia 31. Ela não cita o preservativo e diz que "Neymar chegou por volta das 20h no hotel, aparentemente embriagado". O depoimento informa que eles "começaram a trocar carícias, contudo, em determinado momento, ele passou a desferir tapas nas nádegas, quando a vítima pediu para ele parar".
A transcrição do depoimento de Najila diz que Neymar parou após os apelos, mas, depois, "novamente começou a lhe desferir mais tapas, agora com maior intensidade. A vítima disse que, nesse momento, pediu para que Neymar parasse, dizendo 'para, está me machucando', contudo ele ignorou, 'pegou-a' força, puxou seus cabelos e mediante violência, praticou relação sexual contra sua vontade".
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O atacante Neymar não comenta sobre o caso. O atacante prestou depoimento no dia 13 em Santo Amaro. Na saída da DDM, ele fez um pronunciamento. "Agradeço o carinho de todos, estou tranquilo e agradeço as mensagens que recebi até agora. A verdade aparece cedo ou tarde", disse o atleta na saída do depoimento.
Segundo a Rede Globo, Neymar teria dito aos advogados que o sexo foi consensual durante em todo momento, que usou camisinha e que a mulher teria pedido para receber tapas na bunda, posou para fotos sensuais, que ainda teria postado nas redes sociais, o que provaria não ser um caso de agressão. Ainda segundo a emissora, o jogador teria afirmado que jogou o preservativo no vaso sanitário e que sua intenção no segundo encontro era levar a mulher para uma balada, o que não aconteceu por conta da briga.