Brasil encerra Paralimpíadas de Paris em 5º, melhor resultado da história
Comitê Paralímpico Brasileiro comemora as 25 medalhas de ouro; destaque para Gabrielzinho e Carol Santiago, com três títulos na natação
As Paralimpíadas terminaram neste domingo (8), com o Brasil no top 5 do quadro geral de medalhas. A quinta colocação em Paris é o melhor resultado da história do esporte paralímpico brasileiro. Foram conquistadas 89 medalhas no total - 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes.
Para o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, o resultado positivo é uma consequência do planejamento estratégico anunciado em 2017 e de uma mudança de rumo na estratégia da entidade.
“Esse plano foi uma bússola ao longo dos últimos oito anos e nos guiou até aqui. Ele traz a inclusão para o centro do nosso propósito. A gente deixa de fazer a inclusão pela repercussão e passamos a tê-la em nossa missão. Mudamos a lógica do desenvolvimento esportivo. Passamos a ir até as pessoas, criamos o Festival Paralímpico, a Escolinha Paralímpica, o Camping Escolar [que reúne os destaques da Paralimpíada Escolar para um período de treinos em alto rendimento]”, afirmou Mizael em entrevista coletiva concedida neste domingo (8) na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, cidade vizinha a Paris.
O presidente afirmou que o trabalho feito pelo comitê paralímpico começa desde a infância em alguns casos. Ele ainda comentou sobre o tempo perdido por conta da pandemia e mira resultados ainda melhores nas próximas Olimpíadas.
“Criamos o caminho do atleta, que parte da escolinha e que pode culminar em um pódio como aqui em Paris. Perdemos dois anos do ciclo por conta da pandemia [de COVID-19], caso contrário, teríamos mais jovens oriundos desses programas. Com os resultados dos projetos de formação, os resultados serão ainda melhores”, emendou o presidente do CPB.
Planejamento
O planejamento anunciado pelo CPB em 2017 projetava que o Brasil conquistasse entre 75 e 90 medalhas em Paris. Além disso, a previsão era de que o país ficasse pelo menos em um top 8. Nos Jogos de Tóquio (Japão) o país já tinha batido o recorde anterior, com 72 pódios, ficando 22 vezes no topo.
Outra meta era desenvolver a participação feminina nos grandes eventos. Em Paris, 42% da equipe verde e amarela foi composta por mulheres. Elas foram responsáveis pela maioria dos ouros brasileiros (13 de 25). Entre os destaques da campanha estiveram as campeãs paralímpicas Mariana D’Andrea (halterofilismo), Jerusa Geber (atletismo) e Carol Santiago (natação).
Destaques
Os dois grandes destaques brasileiros nas Paralimpíadas vieram da natação. Gabrielzinho e Carol Santiago conquistaram três medalhas de ouro cada e possuem números incríveis em suas carreiras olímpicas.
Os três títulos na classe S2 - para pessoas com comprometimento físico-motor - de Gabriel em Paris, se somam a outros dois ouros e uma prata conquistadas nos jogos de Tóquio, em 2020. Além do desempenho na piscina, o brasileiro também conquistou a torcida e o público em geral com seu carisma e dancinhas.
Com os três ouros em Paris, além de uma prata e um bronze, Carol Santiago chegou a dez medalhas Paralímpicas na carreira, sendo seis delas de ouro. Dessa forma, ela se tornou na mulher brasileira com mais medalhas de ouro na história dos Jogos Paralímpicos.