Paraibano Diego Falcão é dispensado da seleção feminina de basquete após posicionamento contra aborto
Falcão agradeceu o apoio que vem recebendo e disse que em breve irá se pronunciar sobre o caso.
O paraibano Diego Falcão foi dispensado neste sábado (22) da seleção feminina de basquete do Brasil após postagens contra o aborto. Ele era preparador físico e o desligamento foi comunicado após uma reunião da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
A dispensa aconteceu após a repercussão das publicações nas redes sociais e dos pedidos das atletas. Clarissa dos Santos e Damiris Dantas, que são duas das principais jogadoras, foram chamadas e se posicionaram contra a permanência de Falcão. Além delas, outras atletas também foram ouvidas pela CBB.
Após a repercussão, o ex-preparador físico ganhou mais de 60 mil seguidores em 1 hora. Falcão estava na seleção desde 2019, quando chegou junto com José Neto, técnico da seleção feminina de basquete.
Neste domingo (23), Diego Falcão agradeceu o apoio que vem recebendo e disse que em breve irá se pronunciar sobre o caso. "Quero agradecer de coração a todos que me enviaram mensagens positivas, ligaram e que manifestaram publicamente seu apoio. No início, foi muito difícil assimilar tudo, mas o apoio de vocês me emocionou profundamente. Em breve, vou falar com vocês, como sempre fiz na minha vida, me posicionar com clareza e transparência. Obrigado por estarem ao meu lado nesse momento", falou Diego em publicação no Instagram.
Entenda o projeto de lei do aborto
O Projeto de Lei 1904/24 equipara o aborto acima de 22 semanas de gestação ao homicídio, aumentando de dez para 20 anos a pena máxima para quem fizer o procedimento.
O texto fixa em 22 semanas de gestação o prazo máximo para abortos legais. Hoje em dia, a lei permite o aborto nos casos de estupro, de risco de vida à mulher e de anencefalia fetal (quando não há formação do cérebro do feto). Atualmente, não há no Código Penal um tempo máximo de gestação para o aborto legal.
Na legislação atual, o aborto é punido com penas que variam de um a três anos de prisão, quando provocado pela gestante; de um a quatro anos, quando médico ou outra pessoa provoque um aborto com o consentimento da gestante; e de três a dez anos, para quem provocar o aborto sem o aval da mulher.
Se o projeto de lei for aprovado, a pena para as mulheres vítimas de estupro será maior do que a dos estupradores, já que a punição para o crime de estupro é de dez anos de prisão, e as mulheres que abortarem, conforme o projeto, podem ser condenadas a até 20 anos de prisão.