Operação Cartola: Em nota, FPF e Botafogo se colocam à disposição da Justiça para esclarecimentos
As investigações ainda incluem o TJD-PB, a Comissão Estadual de Arbitragem e dirigentes de clubes.
Na madrugada desta
segunda-feira (9), a Delegacia
de Defraudações e Falsificações da
Polícia Civil de João Pessoa (DDF-JP)
e o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco)
do Ministério Público da Paraíba (MPPB) deflagraram
a Operação Cartola, que investiga possíveis crimes cometidos por
uma organização composta pela Federação Paraibana de Futebol
(FPF), o Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD-PB) e
dirigentes de clubes paraibanos.
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Ao todo foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão, nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras. O cumprimento dos mandados contou com a atuação de 230 policiais civis de diversas cidades da Paraíba.
Em nota divulgada no início da tarde desta segunda-feira (9), a FPF diz que se surpreendeu com a atitude “drástica” da investigação, que foi realizada em sigilo, já que a instituição havia colocado à disposição anteriormente a abertura dos sigilos bancários, telefônicos e fiscais da própria federação e do presidente Amadeu Rodrigues.
Além disso, a entidade fez questão de esclarecer que os órgãos investigados na operação são independentes, e não possuem nenhum tipo de relação interna entre si, especialmente com a FPF. A nota também destacou que a Federação Paraibana de Futebol “sempre prezou pelo respeito aos princípios da administração, como a publicidade, eficiência, legalidade, impessoalidade e moralidade”.
O Botafogo também emitiu nota e informou que está à disposição das autoridades. Veja as notas:
NOTA OFICIAL
O Botafogo Futebol Clube vem a público informar que, diante das informações veiculadas acerca da Operação Cartola, está à disposição das autoridades, colaborando com as investigações. O clube reitera a importância da lisura nos certames esportivos no estado, ao passo que acompanha com tranquilidade o desenrolar das investigações.
Confira o comunicado da Federação Paraibana de Futebol (FPF) na íntegra:
"A Federação Paraibana de Futebol, através de seu presidente Amadeu Rodrigues da Silva Junior, considerando as notícias publicadas acerca da OPERAÇÃO CARTOLA realizada pela Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa e Grupo de Atenção Especial contra o Crime Organizado através da 4ª Vara Criminal de João Pessoa (PB), vem ao público, aos desportistas, filiados e demais interessados informar o que se segue.
Inicialmente, destaque-se que, dado o sigilo da operação, todo o corpo de dirigentes e funcionários da Federação Paraibana de Futebol foi surpreendido com a atitude drástica realizada, posto que o corpo jurídico disponibilizou antecipadamente (Março/18) e de forma espontânea a abertura dos sigilos bancários, telefônicos e fiscais, não só da FPF (PB), como também de seu presidente, demonstrando a completa tranquilidade e apoio às investigações.
Outrossim, talvez por desconhecimento do organograma funcional do futebol paraibano e a mudança de rumo na gestão da FPF (PB), as informações passam a sensação de que todos os órgãos investigados são elementos de uma mesma instituição.
Mister esclarecer que a Federação Paraibana de Futebol e o Tribunal de Justiça Desportiva são órgãos autônomos, assim como a Comissão de Arbitragem (CEAF), inexistindo qualquer ingerência por parte do Presidente da FPF (PB) nas instituições citadas. Ao inverso, é da praxe da nova administração a completa isenção e apoio a autonomia dos participes do nosso futebol.
Ato contínuo, pontue-se que a partir da nova administração os árbitros não são escolhidos, mas sorteados publicamente, antes das rodadas, com transmissão ao vivo pelo Facebook e a abertura para a imprensa e os desportistas presenciarem no local.
Ademais, no que concerne à prestação de contas e demais atos de gestão da FPF (PB), apesar de ser entidade privada sem recebimento de verbas públicas entre 2015 a 2017, período da atual administração, sempre prezou pelo respeito aos princípios da administração, tais como publicidade, eficiência, legalidade, impessoalidade e moralidade.
Após mais de duas décadas da gestão anterior, faz-se necessária uma modificação completa da cultura e dos caminhos outrora seguidos pela Federação Paraibana de Futebol.
Não se olvida ser um percurso doloroso e difícil, mas abraçado como causa justificadora maior do trabalho realizado com afinco e apreço, colocando-se à disposição de seus filiados e principalmente da Justiça, confiando na solução célere para que os problemas da gestão anterior tornem-se, de uma vez por todas, águas passadas, e o futebol paraibano alcance o lugar de destaque desejado por todos nós."