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Cerca de 40 pessoas ficam feridas em jogo de Sport e Santa Cruz, no Recife

Várias pessoas ficaram feridas após a Polícia Militar (PM) usar uma grande quantidade de gás de pimenta para recolher um sinalizador.

Por Redação T5 Publicado em
Briga e confusao jogo santa cruz sport

Uma confusão marcou o jogo dessa quarta-feira (7), entre Sport e Santa Cruz, no Recife. Dentro dos campos, os times empataram em 1 a 1. Vários torcedores ficaram feridos no fim do primeiro tempo, quando a Polícia Militar (PM) usou uma grande quantidade de gás de pimenta para intervir quando um torcedor tentou acender um sinalizador, objeto proibido em jogos de futebol.

O homem, que estava na parte superior, correu arquibancada abaixo e fez com que os demais torcedores do Santa Cruz, desesperados, caíssem em uma espécie de avalanche e se espremessem contra a grade.

A grade foi derrubada para que as pessoas atingidas pudessem sair para o campo, mas várias ultrapassaram a divisória mesmo sem necessidade. As ambulâncias não param de chegar ao estádio para atender aos torcedores.

Até o momento da publicação desta nota, oito veículos de resgate foram registrados: quatro do clube, duas do Samu e duas do Corpo de Bombeiros. No entanto, a cena no gramado da Ilha do Retiro foi preocupante: segundo o Santa Cruz, cerca de 40 pessoas estão feridas. Membros das diretorias das duas equipes expressaram indignação.

"Desde que entrei com o meu filho de 14 anos, dois ou três policiais já desceram o cacetete na torcida do Santa Cruz. O presidente do Sport é um cara sensato, não pode [permitir] o acesso da torcida ser daquela forma, só havia três catracas. Muita gente não entrou. Eles foram espancados", afirmou Jomar Rocha, diretor do Santa, à Rádio Jornal AM 780.

"Meu filho escapou de levar uma paulada sem necessidade. A revista foi malfeita, certamente. Foi uma pressão muito grande dos torcedores. Alguns policiais só vão para bater. É inadmissível o que alguns policiais fazem", completou o dirigente. A reportagem tentou obter o posicionamento da Polícia Militar, mas ainda não conseguiu contato. No total, 13.218 torcedores estiveram na Ilha do Retiro na noite desta quarta-feira.

"Não é apontar o dedo para ninguém. Mas como o torcedor entrou com sinalizador? Temos que repensar, evitar algumas situações. Pedimos tanto ao torcedor para comparecer. Diante de tantos fatos, será que ele se sente à vontade para sair de casa? Precisamos reduzir estas situações que afastam o torcedor de bem, disse Constantino Júnior, presidente do Santa Cruz, em coletiva de imprensa. Ele promete que o clube prestará assistência a todos os feridos.

Diretor do Sport, Leonardo Lopes também se manifestou. "É triste mais um episódio de violência acontecendo. A gente vê cenas de guerra, é triste. Eu tenho três filhas pequenas, é desestimulante trazer crianças para o jogo. É por isso que a gente tem essa média de público tão pequena", lamentou à mesma rádio.

"Fica aqui o pedido para que autoridades tomem as medidas cabíveis para só entrar aqui [na Illha] quem quer torcer. Quem quiser brigar, que fique do lado de fora para não afastar as famílias. Tudo que puder ser feito para minimizar os riscos, iremos fazer para os próximos jogos", prometeu Leonardo.

Nunca mas irei na ilha do retiro pic.twitter.com/nAvsiu6lcC

— YANG CHINA???????? (@yang_china) 8 de março de 2018

Jogo continuou normalmente

Apesar de toda a confusão, as autoridades responsáveis optaram pela continuidade da partida. Durante todo o segundo tempo, foi possível observar a movimentação das ambulâncias e o atendimento aos torcedores atrás do gol do Sport.

"Nós avaliamos. O pessoal médico avaliou que o atendimento tinha sido rápido. Não havia ninguém com risco de morte, as ambulâncias estavam em deslocamento. Não havia impedimento de ambulância fazer atendimento. Ficaram aqui todas as pessoas que por ventura tenha resquício de inalação de gás", explicou Evandro Ferreira, presidente da Federação Pernambucana de Futebol.

"Não foi briga, não foi nada. Algum torcedor conseguiu penetrar com sinalizador pela revista. E acendeu sinalizador, o que assustou e gerou um atrito, um esmagamento contra as pessoas que estavam embaixo. A polícia diz que usou o gás de pimenta depois que o portão foi arrebentado. Mas é evidente que a própria polícia tem mecanismo de averiguação do choque", acrescentou. Com informações de Uol.

Unidade pública mais próxima da Ilha do Retiro, o Hospital da Restauração Governador Paulo Guerra informou à reportagem que recebeu uma pessoa até o momento da publicação desta nota. Outros feridos foram enviados para a UPA Torrões - Dulce Sampaio.



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