"Minha história foi construída pautada nas lutas", revela Sandra Marrocos
Em entrevista ao Portal T5, a parlamentar revelou alegria por projetos aprovados após grandes lutas
Maria Sandra Pereira de Marrocos, ou simplesmente Sandra Marrocos, vereadora de João Pessoa pelo PSB, tem o mandato marcado pelas lutas populares. Em entrevista ao Portal T5, a parlamentar compartilhou a alegria por projetos aprovados após grandes lutas, contou a história de seu mandato, rebateu pautas, como escola sem partido e ideologia de gênero, além de revelar suas pretensões para 2018.
A vereadora, que teve o projeto de lei que combate a violência obstétrica aprovado, revelou a alegria por esse feito e o que isso significa para as mulheres pessoenses. A Lei que combate a violência obstétrica na Rede de Saúde de João Pessoa, foi sancionada pelo Prefeito Luciano Cartaxo (Lei Ordinária nº 13.448 de 04 de julho de 2017). Ela regulamenta, no âmbito público e privado, a humanização da via de nascimento, os direitos da mulher relacionados ao parto e nascimento e as medidas de proteção contra a violência obstétrica.
"Estou bastante feliz com essa provação, porque é um canal que eu represento, né. O mandato é um canal que a gente pode, de fato, fortalecer a cidadania das mulheres, e para mim foi uma das maiores vitórias esse ano conseguir aprovar o projeto da humanização da via de nascimento na cidade de João Pessoa. Isso representa para todas nós mulheres uma das maiores ferramentas de combate à violência obstétrica, que tem sido forte. É uma violência que atinge as mulheres nessa sua fase da vida que na qual ela está grávida, sensível, é uma violência que atinge as mulheres, suas filhas e filhos. Para as mulheres de João Pessoa é uma oportunidade de você virar protagonista nesse momento da sua vida, seus direitos, seus desejos serem respeitados na hora do parto. O projeto prevê entre tantas outras coisas, a questão do plano de parto. Esse plano começa a ser feito no primeiro pré-natal, e aí colocando todas as implicações, todas as possibilidades e deixando a escolha para a mulher, e o médico que atendê-la, na hora do nascimento, tem que cumprir o que tá escrito no plano de parto, ou seja, é a maior vitória das mulheres em João Pessoa, no que diz respeito ao combate à violência obstétrica", comentou.
Mandato Popular
Nome sempre lembrado quando se fala de lutas das minorias, a vereadora Sandra revelou que tudo isso se deu por uma história de lutas.
"Se você me perguntar: 'Sandra o que fez você estar vereadora na cidade?', a resposta será: eu não planejei 'eu quero ser vereadora', foi a minha história que me levou. Sou militante do movimento das mulheres, do movimento feminista né, sempre estive nas pastorais da Juventude, no meio popular, na Pastoral Universitária, sempre estive presente nas lutas na cidade de João Pessoa, estive presente em todas as paradas LGBT, nas lutas pela diversidade religiosa, então, essa identificação do meu mandato com as minorias se dá por conta da minha história. Ela é atribuída a minha história, que não é uma história só minha, é uma história coletiva, construída por muitas mentes, por muitos corações e sou oriunda do Meio Popular sou oriunda dos movimentos sociais e populares, então é isso, eu creio que é a história que foi construída e pautada nas lutas", constatou.
Escola Sem Partido X Escola Livre
O antagonismo entre esses projetos é bastante visível e destacado até mesmo no cenário nacional. Na cidade de João Pessoa não é diferente. Fortemente abraçado pela deputada estadual Eliza Virgínia, a escola sem partido visa combater a doutrinação ideológica no ambiente estudantil. Já Sandra Marrocos apresentou o projeto "Escola Livre", que preconiza o direito de livre pensamento na escola.
"Não existe doutrinação partidária dentro do que os professores e professoras, em sala de aula, ensinam. Daí vem o projeto escola sem partido né, que é uma escola com mordaça, porque eles querem colocar um pensamento único, sim! Querem tirar o direito da livre manifestação dos educadores e educadoras e a partir daí a gente prova que é inconstitucional. Inclusive, Magno Malta, que é quem apresentou em nível Nacional, já recuou, reconheceu. E a gente apresentou Escola Livre, que é um projeto que dialoga com a Constituição Federal, dialoga com a lei de diretrizes de base, ou seja, nada mais é do que reafirmar o que já está garantido nos marcos legais, que é o plano nacional de educação, que é a lei de diretrizes de base, que é a constituição e eu acredito que querem confundir as pessoas. Ideologia de gênero não existe, o que existe é identidade de gênero, e aí como discutir a questão da saúde para mulher por exemplo, e para o homem, se a gente não discutir a questão da diferença dos nossos corpos? O que existe é o que eu já coloquei, ideologia de gênero não existe, o que existe a identidade de gênero, expressões de gênero, as pessoas se manifestam da forma como se identificam, da forma que são. O projeto Escola Livre está tramitando e eu espero que a gente aprove e que, de fato, a gente reafirme que o cidadão, que o aluno e a aluna não são uma folha em branco, eles já trazem algo do seu território, da sua casa e precisa do ensino, do aprendizado com criticidade, uma prova, uma troca onde todo mundo é ouvido", afirmou.
Eleições 2018
A vereadora revelou o desejo de cumprir totalmente o mandato, mas não descartou candidatura a outro cargo, caso seja vontade do partido.
"Eu não tenho pretensão de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa e tem um motivo, eu sou louca por João Pessoa. Amo essa cidade e eu tive a oportunidade vinda de uma história. Os votos que eu tenho são votos realmente conquistados, as pessoas sabem exatamente a proposta que está sendo eleita, com a minha vitória. Quero cumprir o mandato bem direitinho, vou para um processo de reeleição e o futuro vai se colocando. Se meu partido precisar, lógico que estou pronta para qualquer desafio, mas gostaria muito de concluir o mandato de vereadora, que essa cidade me propiciou novamente, e no futuro a gente vai discutindo outras possibilidades", revelou.