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Vice-prefeito de João Pessoa abre jogo sobre vida pessoal e política

Na entrevista exclusiva concedida ao Portal T5, o gestor revela suas maiores conquistas e explica por que teve o nome citado por Eduardo Cunha.

Por Redação T5 Publicado em
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Com formação em medicina, o vice-prefeito de João Pessoa tem uma ampla trajetória política. Natural de Pedras de Fogo, foi através de mandatos como prefeito da cidade que teve seu nome projetado na política do estado.

Em seus 31 anos dedicados à vida pública, Manoel Júnior revela que ter diminuído a taxa de mortalidade infantil na sua terra foi uma das conquistas mais importantes de sua carreira.

Ele concedeu uma entrevista exclusiva para o Portal T5. O político falou sobre a vida pessoal e profissional, os desejos e planos para o futuro e aproveitou o momento para tecer críticas ao governador do estado.

Portal T5 - Como o senhor ingressou na política?

Manoel Júnior - Há muito tempo atrás ainda criança, com dez anos tive um tio que foi candidato a prefeito na minha terra natal, Pedras de Fogo, e foi vitorioso. Em 1977, 1978. Naquele tempo eu me envolvi diretamente com a campanha eleitoral não só fazendo passeatas, cheguei até depois a dirigir carro de som, tive de locutor. Isso tudo me estimulou naquele momento pós-ditadura militar a defender a democracia do meu país. A posteriori eu já tinha praticamente terminado meu curso de medicina, fui convidado para ser candidato a prefeito da minha terra natal e foi um desafio muito grande abandonar uma carreira que eu sempre quis, para qual me dediquei minha vida toda, mas por uma boa causa: ser prefeito de uma cidade e curar as pessoas. Eu comecei meu primeiro mandato aos 22 anos. Hoje estou com 53, ou seja, 31 anos dedicados à política.

 Portal T5 - Qual o feito que o senhor se recorda com mais orgulho?

Manoel Júnior - Reduzir a mortalidade infantil da minha terra natal de 113 por mil nascidos vivos pra menos de 10 por mil nascidos vivos. Acho que foi uma grande obra.

 Portal T5 - Em dezembro de 2016, o senhor renunciou ao mandato de deputado federal para assumir a vice-prefeitura de João Pessoa. O senhor se arrepende disso?

Manoel Júnior - De forma nenhuma. Faria de novo, do mesmo jeito, e digo que estou muito satisfeito na missão de governar a maior cidade de nosso estado ao lado do prefeito Luciano Cartaxo.

Portal T5 - Sendo do PMDB, o mesmo partido de Michel Temer, como o senhor vê a relação do presidente de acordo com as denúncias que ele vem recebendo?

Manoel Júnior - Até o momento, o presidente vem se defendendo das denúncias, inclusive negando as denúncias e a gente nota pelo desenrolar dos acontecimentos que, por exemplo, a primeira denúncia que foi feita, foi feita em uma rapidez muito grande de uma delação premiada que vem sendo questionado não por mim, mas até pelo próprio órgão, o Ministério Público Federal, que foi o condutor dessa denúncia. Eu acho que na vida pública é importante que a gente possa não só acusar, mas na hora que as pessoas possam se defender e mostrar a denúncia de verdade elas também possam ser ouvidas pela população. Eu acho que o Brasil tá passando um momento difícil, era necessário passar, a vida pública e quem escolhe os políticos precisa saber e escolher os políticos tem que saber efetivamente qual é o papel de cada um. E o papel é justamente agir em favor, em defesa da população, da maioria do povo brasileiro.

Portal T5 - Sobre a grande rejeição do presidente, qual é sua análise?

Manoel Júnior - Entendo que o presidente tem um índice de rejeição muito alta e uma desaprovação muito grande. Mas, algumas conquistas que foram feitas ao longo desse período precisam ser elencadas. O Brasil estava na banca rota. Eu era deputado federal e sei muito bem que o Brasil estava de ladeira abaixo. A nossa economia estava enfrentando frangalhos. Graças a Deus, em um ano, a economia dá sinais de melhora, de revitalização, e os postos de trabalho estão voltando a ser preenchidos. Eu tenho defendido e muito o sistema parlamentarista porque se o Brasil tivesse esse sistema não haveria essa turbulência que nós estamos vivendo. Em países com esse sistema, por exemplo, um caso como a Laja-Jato teria 60 dias de mídia e depois quem tivesse culpa iria pra cadeia, quem tivesse que devolver dinheiro, devolveria e o país continuaria na normalidade, sem ter que fechar portas de empresas, sem ter que demitir. Se você fizer uma análise dos últimos 100 anos, sempre houve alguma coisa. Uma revolução, uma intentona, um golpe militar causando problemas ao povo brasileiro.

Foi um desafio muito grande abandonar uma carreira que eu sempre quis, mas por uma boa causa: ser prefeito de uma cidade e curar as pessoas.

Manoel Júnior, vice-prefeito de João Pessoa

Portal T5 - A CCJ da Câmara divulgou inquéritos de justiça contra Eduardo Cunha, que é um dos investigados. O nome do senhor apareceu entre os supostos ligados ao ex-presidente da Câmara. O senhor já afirmou não ter relação com as investigações, mas, prestou depoimentos nos casos. Qual é o motivo das investigações e o que foi questionado?

Manoel Júnior - Na verdade o nosso nome aparece citado até porque eu era o vice-líder do PMDB na Câmara e o vice-líder de Eduardo Cunha. Obviamente, dentro das investigações, o Procurador da República diz em uma de suas passagens que eu havia feito requerimentos em desfavor de uma empresa privada, o grupo Schahin. E aqui eu repito a você que o faria mil vezes de novo porque o grupo Schahin estava sendo investigado pela Polícia Federal, pelo próprio Ministério Público por crimes financeiros ao país. Ou seja, o grupo Schahin tinha feito desfalques no sistema financeiro e eu fiz dois requerimentos para convocar uma audiência pública na Comissão de Fiscalização de Finanças e Tributação junto com a Comissão de Fiscalização e Controle. Ou seja, era minha obrigação como deputado federal assim fazer e na condição de vice-líder do PMDB mais ainda. Pra você ter ideia, nenhuma das audiências públicas foram feitas, primeiro porque o requerimento não foi votado, o segundo, a audiência pública não ocorreu porque o presidente do Banco Central mandou um dos dirigentes justificar porque o grupo Schahin estava sendo investigado e aí bastou pra mim. Era minha obrigação fiscalizar alguma coisa que viesse a ter alguma coisa relacionada a corrupção.

Portal T5 - Sobre o descrédito da população com a política, o senhor acredita que isso pode mudar? 

Manoel Júnior - Esse é meu nono mandato, no meu primeiro eu dizia nos meus discursos o seguinte: se eu errar, me coloca na lata do lixo da política. Agora eu digo um pouquinho diferente: o eleitor precisa escolher bem seus representantes e quando escolher mal que tenha a consciência de que está fazendo mal a própria família. O político não cai do seu, se ele está lá é porque alguém escolheu. Tenho muita esperança no Brasil. É um país de potencialidades. Os políticos existem porque existe o eleitor que vai as urnas. Quem escolhe mal, escolhe porque entrou no caminho errado. Procuro, através do meu trabalho, o reconhecimento e hoje cumpro meu mandato como vice graças ao reconhecimento do povo. Mas, espero que o povo saiba dar um não há um projeto que não responde aos anseios da população. Nós tínhamos mais de 10 mil policiais militares e hoje temos menos de 7 mil tomando conta de mais de 4 milhões de pessoas. Nós temos hospitais regionais sem fazer ao seu dever com a população mais carente do estado que é prestamente sobre os serviços na área da saúde. Nós temos mais de 230 escolas que foram fechadas e que precisa uma resposta efetiva do estado ao ensino das pessoas mais humildes. Infelizmente, esse governo que aí está não responde mais as demandas da população.


A pior pessoa pra falar em educação no estado da Paraíba se chama Ricardo Vieira Coutinho.

Manoel Júnior, vice-prefeito de João Pessoa

Portal T5 - O prefeito Luciano Cartaxo já expressou, nas entrelinhas, o desejo de se candidatar ao governo do estado. Como o senhor recebe essa ideia?

Manoel Júnior - Acho que Luciano é um político já experiente, posso dizer assim. Mas, Luciano vem de uma trajetória que precisa ser lembrada. Ele foi quatro vezes vereador da maior cidade do estado, deputado estadual muito bem votado, inclusive na cidade de João Pessoa, ou seja, demonstrou aprovação do trabalho como vereador, vice-governador do estado, ou seja, ele foi vice do então governador Zé Maranhão tendo a compreensão do que é o estado. Então é um cidadão que veio como eu, do interior, ele veio de mais longe, do Sertão, de Souza, mas se deu bem na vida pública e está cumprindo seu segundo mandato de prefeito muito bem avaliado. Acredito que ele está pronto, maduro para ser governador do estado ou qualquer outro cargo que queira ocupar.

Portal T5 – Qual sua avaliação sobre a gestão do Governo do Estado, liderada por Ricardo Coutinho?

Manoel Júnior - Ricardo Coutinho sucateou a UEPB que o duodécimo durante o governo dele foi o governo que reduziu o duodécimo da UEPB. O governador fechou mais de 232 escolas. E as que a gestão construiu foram através de recursos deixados pelo governo de Zé Maranhão, viraram elefantes brancos. Você conhece alguma escola técnica construída pelo estado que funciona na formando pessoas? A de Mangabeira, a primeira que foi entregue estava sendo utilizada pelo IFPB e por uma determinação hoje a instituição não faz mais parcerias com o estado. A pior pessoa pra falar em educação no estado da Paraíba se chama Ricardo Vieira Coutinho.



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