Inflação da carne faz IPCA fechar 2019 acima do centro da meta
O resultado de dezembro ficou acima do valor registrado em novembro, e não tinha um resultado tão alto para o último mês do ano há 17 anos, quando marcou 2,10% em 2002.
DIEGO GARCIA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Influenciado pela alta no preço da carne, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro foi de 1,15%, o maior resultado para o mês desde 2002, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira (6).
Assim, a inflação fechou o ano de 2019 em 4,31%, acima dos 4,25% previstos pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), mas dentro do limite de variação de 1,5 ponto percentual.
O resultado de dezembro ficou acima do valor registrado em novembro, e não tinha um resultado tão alto para o último mês do ano há 17 anos, quando marcou 2,10% em 2002.
O preço da carne no Brasil, com alta de 18,06%, contribuiu para esse registro e puxou a marca de 3,38% no grupo de alimentação e bebidas, com maior variação mensal para o setor desde o mesmo dezembro de 2002.
Outros gêneros alimentícios também tiveram aumento, como o frango (5,08%), pescados (2,37%), feijão-carioca (23,35%) e tomate (21,69%).
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Por outro lado, a cebola teve queda de 8,76%, assim como o pão francês, com 0,68%.
A alimentação fora de domicílio foi impactada em 1,04%, com altas em refeição, de 1,31%, e lanche, de 0,94%.
Outras altas foram observadas no mês, como combustíveis (3,57%) e passagens áreas, que subiram para 15,62%. O reajuste nos preços das apostas de novembro fez os jogos de azar (12,88%) também impactarem a inflação de dezembro.
No ano, o grupo alimentação e bebidas aumentou 6,37%. As carnes variaram 32,40%, sendo que 27,61% foram no último bimestre.
"Pesou também a alta nos planos de saúde (8,24%), por conta do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A alimentação fora do domicílio também influenciou o índice, em função do aumento das carnes", disse o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE em 2019, somente artigos de residência tiveram deflação, de 0,36%.
Habitação registrou alta de 3,9%, vestuário subiu 0,74%, transportes marcaram 3,57%, saúde e cuidados pessoais cresceram 5,41%, assim como despesas pessoais, com 4,67%, educação, com 4,75%, e comunicação, com 1,07%.
Na análise geográfica, a maior inflação do Brasil em 2019 foi em Belém, com variação de 5,51% influenciada pelo preço da carne. Fortaleza vem logo em seguida, com 5,01%, enquanto Campo Grande teve 4,65%, São Paulo cresceu 4,60% e Goiânia 4,37%.
A queda na energia elétrica fez Vitória ter a menor taxa de inflação, com 3,29%. Recife, com 3,71%, e Brasília, com 3,76%, foram os demais locais com os menores registros de IPCA do ano passado.
Em 2018, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 3,75%.
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