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Balança comercial perde força e qualidade no primeiro trimestre

Produtos semimanufaturados tiveram queda de 3,5%

Por Redação T5 Publicado em
COMERCIO VAREJISTA

No primeiro trimestre do governo do presidente Jair Bolsonaro, a balança comercial brasileira perdeu força e registrou uma deterioração na qualidade das exportações. Dados do ministério da Economia mostram que a fatia de itens básicos vendidos pelo Brasil a outros países está aumentando, enquanto produtos mais elaborados perderam participação.

Em março, o saldo do comércio exterior brasileiro ficou positivo em US$ 5 bilhões, informou o governo nesta segunda-feira (1º). O dado é o pior para o mês dos últimos três anos.

No trimestre, o saldo está em US$ 10,9 bilhões, resultado 11% menor do que o alcançado no mesmo período de 2018.

Na avaliação do perfil das exportações, os três primeiros meses do ano apresentaram queda de quase 10% nas vendas de produtos manufaturados. A venda de automóveis, por exemplo, foi 45% menor.

De acordo com o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, a crise na Argentina tem forte impacto sobre essa conta.

Os produtos semimanufaturados, como açúcar e celulose, tiveram queda de 3,5% no período. Ao mesmo tempo, os produtos básicos, como algodão bruto, milho, soja, fumo e café, registraram alta de quase 9%.

Segundo o secretário, pesam sobre dado o processo de desindustrialização que o país viveu nas últimas décadas e o fato de o Brasil ter participação pequena no comércio internacional.
"É uma economia fechada, pouco integrada. O setor industrial vem perdendo competitividade, além do custo Brasil", disse.

A fatia de produtos básicos nas exportações brasileiras está em aproximadamente 50%, cinco pontos percentuais a mais do que em março de 2018. Os manufaturados são 37% das vendas, enquanto os semimanufaturados representam 13%.
A perda de qualidade na corrente de comércio também pode ser observada nos valores dos produtos. O preço dos itens exportados pelo Brasil caiu em média 5% no trimestre, enquanto o valor das importações subiu 0,3%.

"Temos aqui uma deterioração nos termos de troca da economia brasileira. Preços mais baixos para exportação e preços mais altos para importação", disse.

Ferraz explicou que o ritmo mais lento de expansão da economia internacional e a guerra comercial entre Estados Unidos e China, no geral, trazem impacto negativo para a corrente de comércio do Brasil. Para o fechamento de 2019, o governo espera que o saldo da balança comercial fique positivo em US$ 50,1 bilhões, resultado mais fraco que o de 2018, quando houve superávit de US$ 58,3 bilhões.

Os cálculos do ministério da Economia apontam para uma alta de 2,5% nas exportações e uma elevação de 8% nas importações do ano.

Folhapress



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