TV aberta mantém a liderança em audiência frente ao YouTube, confirma Kantar IBOPE Media
Em números absolutos, foram consumidos quase 10 trilhões de minutos dos canais abertos em 2023, em comparação com 3,8 trilhões das plataformas online
O mercado publicitário brasileiro foi pego de surpresa, nesta quinta-feira (10), com manchetes sensacionalistas que afirmavam que o YouTube havia superado a audiência das TVs abertas no Brasil. A informação foi baseada em dados de pesquisa divulgados pela própria plataforma, mas rapidamente foi contestada pela Kantar IBOPE Media, responsável pelas métricas.
A Kantar IBOPE esclareceu que houve um equívoco nas informações divulgadas, que misturaram pesquisas de declaração do consumidor, pesquisas de consumo e dados internos do YouTube. Segundo a empresa, essa mescla de fontes e metodologias não reflete a audiência real medida em suas pesquisas.
Dados auditados pela Kantar IBOPE Media (CPV 2023) mostram que a TV linear representa 74,3% de todo o consumo de vídeo no Brasil. Desse total, a TV Aberta é responsável por 64,5%, enquanto todas as plataformas de vídeo online somadas representam apenas 25,7%. Em números absolutos, foram consumidos quase 10 trilhões de minutos dos canais abertos em 2023, em comparação com 3,8 trilhões das plataformas online, destacando a diferença significativa a favor da TV aberta.
Diante desse cenário, a Kantar IBOPE enfatizou a importância de utilizar dados auditáveis e independentes para estabelecer padrões seguros de comparação entre as medições de audiência da TV e das plataformas digitais.
Além disso, entidades como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (ABRATEL), a Federação Nacional das Agências de Propaganda (FENAPRO) e a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) convocaram o mercado publicitário para debater alternativas de integração de métricas. Esse trabalho está sendo desenvolvido no Fórum da Autorregulação do Mercado Publicitário (CENP), com o objetivo de evitar o surgimento de soluções unilaterais que utilizem fontes distintas e não certificadas de dados, as quais poderiam ser prejudiciais ao mercado.
