Vídeo | Editorial do Jornal Nacional contra declarações de Bolsonaro viraliza na web
Bolsonaro afirmou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é a "dona da verdade" e questionou a autoridade do órgão
O Jornal Nacional fez um editorial criticando o presidente Jair Bolsonaro (PL) e as declarações dele sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças. Além do principal telejornal da Globo, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também rebateu os ataques do presidente. Mais cedo, em sua live semanal, Bolsonaro afirmou que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é a "dona da verdade" e questionou a autoridade do órgão.
"As declarações do presidente sobre as mortes [de crianças] afrontam a verdade e desrespeitam o luto das mais de 300 vítimas", começou o âncora e editor-chefe William Bonner. "O presidente também desrespeita os técnicos da vigilância sanitária [...] O interesse da Anvisa está expresso na lei que a criou: defesa da saúde da população."
Renata Vasconcellos emendou: "Não é isso que o presidente tem feito ao ameaçar divulgar nomes de técnicos da Anvisa. O governo Bolsonaro retardou a decisão das vacinas e convocou uma consulta pública estapafúrdia, porque remédios não podem ser aprovados pelo público leigo, mas por cientistas."
Na sequência, Bonner afirmou que o presidente vai sofrer as consequências de seus atos. "O presidente é responsável pelo que diz, pelo que faz... Espera-se que venha também a ser responsável por todas as consequências daquilo que faz e diz", acrescentou.
Vale ressaltar que as eleições presidenciais estão previstas para outubro deste ano e, segundo dados recentes, Bolsonaro vem caindo nas pesquisas de intenção de voto.
Em uma nota de repúdio publicada após as declarações do presidente, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) disse que a população não deve temer a vacina, mas, sim, a doença que ela busca prevenir.
"A vacina previne a morte, a dor, sofrimento, emergências e internação em todas as faixas etárias. Negar este benefício às crianças sem evidências científicas sólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunização dos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, pode custar vidas", afirmou.