"O gordo é julgado como mau caráter", diz Leo Jaime em entrevista
O ator afirmou que os comentários negativos se tornam pequenos diante o incentivo que vem recebendo
O cantor e ator Leo Jaime, de 60 anos, vem há algum tempo compartilhando com seus fãs nas redes sociais uma rotina de aulas de balé. Em entrevista à revista Vogue, Leo afirma que já havia praticado a dança quando mais jovem e se sentiu motivado a voltar para as aulas após a participação no Dança dos Famosos, do programa Domingão do Faustão, em 2018.
"Ali eu me libertei e vi que podia dançar o que quisesse. Depois do Dança, fiz aula de hip hop, de sapateado até que comecei a fazer bale clássico há uns dois anos. Por conta da pandemia, fiquei parado por alguns meses e agora retomei e não pretendo mais deixar de lado. Tem me feito um bem danado para o corpo e para a alma", disse.
Na entrevista, Leo Jaime ainda contou sobre o preconceito e a repercussão das publicações sobre a prática do balé. O ator afirmou que os comentários negativos se tornam pequenos diante o incentivo que vem recebendo. "Acho injusto dar foco para essa minoria", destacou.
Sobre gordofobia, Leo contou que: "Mas tem uma coisa interessante sobre a gordofobia, que a pessoa acha que a “crítica” é para o seu bem. A pessoa te humilha, te coloca para baixo, mas diz que está dizendo aquilo para o seu bem. Eu vou te destruir para o seu bem, sabe? É aí que a gente percebe que todo mundo se sente pressionado pelos padrões de beleza. Até as pessoas que estão dentro do padrão, estão sofrendo pressão. E aí passam a te julgar moralmente. O gordo é julgado como mau caráter, que não tem força de vontade, que não tem vergonha na cara", disse.
Leo Jaime concluiu a entrevista dizendo: "A gente foi criado sob uma cultura machista, homofóbica, gordofóbica, racista, classista e assim por diante. E todos nós precisamos refletir sobre isso. A questão mais importante é a gente estar disposto a mudar, a errar menos, a não repetir os mesmos erros dessa cultura que nos dominou por tanto tempo. Quando a gente se deparar com pessoas que seguem sendo um reflexo dessa antiga questão, a gente tem que debater, mostrar que dá para rever isso. Se a pessoa entender, ótimo, é mais um que se aproxima".