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Márcio Victor, do Psirico, diz que se tremeu com parceria com Pabllo Vittar

"Esse verão a gente vai bagunçar", destacou o cantor.

Por Redação T5 Publicado em
PABLO 20 09 2018
Foto: Reprodução / Instagram

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Vocalista do Psirico, grupo de pagode baiano fundado no início dos anos 2000, Márcio Victor, 39, comemora o momento de destaque do estilo musical no Brasil e suas parcerias com Pabllo Vittar, Anitta e Ludmilla. Ele também critica o projeto de lei que proíbe a realização de festejos de Carnaval em Salvador a partir das 5h da Quarta-feira de Cinzas.

Com tempo encoberto e chuvoso, a banda foi a primeira a se apresentar na décima quarta edição do Salvador Fest, que acontece neste domingo (15) e reúne mais de 25 artistas em mais de dez horas de show no Parque de Exposições de Salvador.

"Minha preparação começou às 8h. Achei que não tinha ninguém, mas tinham mais de 20 mil pessoas mesmo debaixo de chuva. Mantendo comigo a história do pagode", disse o músico, depois do show, que começou por volta do meio-dia.

"Em 2004, quando começamos a ganhar prêmios, nós falávamos que isso era o que ia dominar o Brasil. E hoje o pagode vem ganhando projeção em proporção absurda, com Psirico e com Harmonia, e agora com Léo Santana levando para abertura da Copa", completou.

Victor afirma que o pagode está chegando a "um nível que a gente sempre esperou". "Hoje o povo veio dar essa resposta que gosta do pagode. Temos 18 anos de Psirico. É tão fácil manter isso com o amor e a verdade do povo".

Essa expansão do pagode baiano para o todo o Brasil também estreitou os laços de amizades com artistas de outros ritmos musicais. Victor disse estar bem animado ao firmar parcerias com artistas que estão com grande projeção internacional.

"Esse verão a gente vai bagunçar. A gente está fazendo essa onda [parceria] desde o ano passado e, agora, estamos mantendo com os amigos que têm projeção internacional. Com Pabllo foi assim", destaca o cantor.

Victor recorda que recebeu mensagem de Pabllo Vittar para participar de uma música da drag queen pelo Instagram. Ele afirma que queria muito ver o pagode ser representado pelo maior artista pop do momento.

"Eu me tremi todo porque queria ver essa mistura. E quando ele mandou a música... pra mim esse ritmo... Coloquei a voz...", disse Victor, que grava na próxima terça (17) o clipe da canção "Parabéns" com Pabllo em São Paulo. O músico, porém, não quis dar detalhes de como será.

"É uma música dele, não posso falar muita coisa. A música vai travar a internet e esse clipe vai dar o que falar no verão", disse o cantor.

Marcio Victor afirmou que também recebeu uma composição de Anitta. "É um pagode. Ela era louca para compor um pagode.."

Ele conta que a artista chegou a mostrar a canção, que não teve o nome divulgado, a alguns amigos próximos, mas que eles não haviam gostado. "Quando ela mandou, eu coloquei o arranjo e mandei para ela, que me respondeu: 'Menino, já quero mexer minha raba'."

A música, porém, ainda não tem data de lançamento porque ainda precisa alinhar com a agenda da cantora, sempre agitada.

Sem dar muitos detalhes, Victor disse que Ludmilla também compôs uma música e que a letra fala sobre o verão e festa.

"Juntar com eles para gravar as músicas foi uma coisa de Deus. Nada foi planejado. Anitta é uma amiga minha que a gente tem um grupo no qual falamos 24 horas sobre nosso problemas, alegrias, vitórias e tristezas. É um grupo dela. Ludmilla também está nesse grupo. E tem um outro no qual está Pabllo e Preta Gil", disse o cantor.

"Por mais que a gente esteja distante, nós procuramos muito para fazer feat um com outro. E esse feat de Ludmilla e Léo [Santana] foi positivo. E agora o Brasil inteiro está fazendo feat com bandas de pagode", completou.

Psirico também prepara seu próximo álbum, que ainda não tem data definida para gravação, mas que deve ser lançado em 2020. Nele, o cantor terá como convidados Gaby Amarantos e Junior Lordy.

Sobre a proibição da realização de festejos de Carnaval em Salvador a partir das 5h da Quarta-feira de Cinzas, Márcio Victor afirmou que "não concordo com a mudança de mexer no Carnaval".

"Queria falar sobre as queimadas na Amazônia, sobre os negros que estão morrendo na periferia, sobre a falta de segurança. Mas eles estão procurando assuntos para 2020, porque eles querem se reeleger. Tem que perguntar ao povo se ele quer isso, e o povo não quer. A resposta não é minha, é do povo", disse o artista.

O projeto, de autoria do vereador Henrique Carballal (PV), é amparado por uma justificativa religiosa: ele argumenta que, por marcar o início da Quaresma, a Quarta-feira de Cinzas não pode ser dedicada a uma festa profana. A proposta ainda depende da sanção do prefeito ACM Neto (DEM) para virar lei.

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