Morre o ator Peter Fonda, que viveu o motoqueiro libertário de 'Easy Rider'
No filme de 1969, ele varava as estradas da Califórnia a Nova Orleans.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ator Peter Fonda morreu na manhã desta sexta-feira (16), aos 79 anos, em Los Angeles. Seu papel mais famoso foi no clássico "Sem Destino", também conhecido pelo nome original de "Easy Rider". No filme de 1969, ele varava as estradas da Califórnia a Nova Orleans.
Filho e irmão de outros grandes atores hollywoodianos –Henry Fonda (1905-1982) e Jane Fonda, respectivamente– ele estava com câncer de pulmão e teve uma falência respiratória, segundo informações da revista especializada Hollywood Reporter. Além de protagonizar "Sem Destino", Fonda também escreveu o longa ao lado de Terry Southern e Dennis Hopper –o último, além de contracenar com o ator, também assina a direção. Jack Nicholson se junta ao par em cena para contar a aventura regada a alucinógenos de dois motociclistas que cruzam o país para se divertir no Mardi Gras, espécie de Carnaval em Nova Orleans.
O filme foi produzido com pouco menos de US$ 400 mil e foi rodado em sete semanas. Sua "busca pela América" se tornou um hit instantâneo e simbolizou o clima de drogas e liberdade que pairava os anos 1960. Também abriu caminho para o cinema independente americano, inspirando diretores como Francis Ford Coppola ("O Poderoso Chefão") e Martin Scorsese ("Taxi Driver"). "Sem Destino" concorreu à Palma de Ouro em Cannes, em 1969, e ao Oscar de melhor roteiro, no ano seguinte.
Fonda só voltaria a ser indicado ao prêmio da Academia em 1998, por "O Ouro de Ulisses", no qual interpreta um apicultor viúvo que tenta recompor sua família. Logo após "Sem Destino", ele estrelou e dirigiu o filme de faroeste "Pistoleiro sem Destino", em 1971, e "Idaho Transfer", de 1973, ficção científica sobre o meio ambiente. Em 1979, dirigiu e estrelou "Wanda Nevada", com Brooke Shields, que ainda contava com uma participação de seu pai, Henry. Depois, em 1975, ao rodar "92 Graus à Sombra", de Thomas McGuane, se apaixono pela então mulher do diretor, Portia Rebecca Crockett. Ela se divorciou do diretor para se casar com Fonda.
Os dois se mudaram para Livingston, no estado de Montana, onde moraram em uma comunidade alternativa que recebeu artistas como o ator e músico Jeff Bridges e o diretor Sam Peckinpah. Fonda chegou ainda a trabalhar ao longo dos anos 1980 em filmes como "Split Image", de 1982, vivendo o líder de um culto; um aventureiro no terror "Dance of the Dwarfs", de 1983; e um pai suicida no drama televisivo "A Reason to Live", de 1985.
Esteve ainda no alemão "Peppermint-Frieden", de 1983. Nos anos 1990, porém, Fonda se tornou um recluso em Livingston, curtindo a solidão nos dois ranchos que mantinha. "A maioria das pessoas não consegue conviver comigo", disse em uma entrevista de 1997. Nascido em Nova York, Fonda deixa, além da irmã Jane, os filhos Bridget, também atriz, e Justin. Em nota, a família pediu que os fãs respeitassem sua privacidade e exaltaram o espírito indomável e amor pela vida de um homem "doce e gracioso".
No final da nota, escreve: "Em honra a Peter, por favor, um brinde à liberdade".
PRINCIPAIS MOMENTOS DA CARREIRA
1970 Fonda é indicado ao Oscar de melhor roteiro por 'Sem Destino', 1971 Ator dirige o primeiro filme, 'Pistoleiro sem Destino', um dos únicos três que comandou 1998 Ele é indicado ao Oscar por "O Ouro de Ulisses" 2000 Fonda ganha o Globo de Ouro por 'A Paixão de Ayn Rand'
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