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Pai de Neymar vai à Justiça contra ex-advogado de Najila

A modelo Najila Trindade acusou o Neymar de estupro no mês de maio.

Por Redação T5 Publicado em
Pai de neymar e neymar
Foto: Reprodução

SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O pai do atacante Neymar ingressou com ação de interpelação judicial contra José Edgard da Cunha Bueno, ex-advogado de Najila Trindade, que acusou o jogador de estupro e agressão.

Na época da defesa da modelo, Bueno tentou um acordo com Neymar da Silva Santos antes da suposta vítima procurar a Delegacia de Defesa da Mulher, em São Paulo. No dia 31 de maio, ela registrou a acusação em boletim de ocorrência.

Os advogados Francis Ted Fernandes, André Castello Branco Colloto e o escritório Fernandes e Abreu também são interpelados. O caso tramita no Fórum Criminal da Barra Funda.
Segundo os advogados, o objetivo da ação é "instrumentalizar eventual ajuizamento de ação penal nos casos de delito contra a honra".

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Representante da família do atleta, Davi Tangerino afirmou à Folha de S.Paulo que "os caminhos estão abertos" para pedir indenização aos ex-advogados de Najila. "Mas não comentaremos estratégia ou próximos passos nesse momento", completou.

Os acionados não quiseram comentar o caso. Na petição, o pai do jogador faz 13 perguntas. Nas duas primeiras, pede que Bueno explique a sua relação com o repórter Mauro Naves, demitido pela Rede Globo em meio ao caso.

Naves não é parte no processo. O jornalista disse à Folha de S.Paulo que repassou os contatos do pai de Neymar e de Bueno com o consentimento de ambos.

"Nunca neguei que conhecia as duas partes, só fui procurado pelo José Edgard porque ele me conhecia e sabia que eu conhecia o Neymar pai. Aí liguei para o Neymar pai e perguntei se poderia passar o telefone para o advogado. Ele disse que sim, eu passei o telefone de um para o outro", disse Mauro Naves.

A Globo afastou Naves em junho. Na ocasião, a emissora alegou que a atuação do profissional contraria "a expectativa da empresa sobre a conduta de seus jornalistas". No dia 8 de julho, a Globo informou a saída de Naves de forma consensual.

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Neymar anexou um print da conversa com Bueno pelo Whatsapp. O advogado escreve para o pai do jogador: "Mauro Naves falou ao meu respeito. Ele disse que você estaria disponível para uma conversa hoje".

O pai e agente do atleta do PSG também cobrou na Justiça que o advogado confirme o envio de uma carta publicada no UOL em que ele cita que Neymar teria realizado "armadilha com o objetivo de criar um álibi para o seu protegido."

Na ação, a defesa da família do jogador cita também a entrevista de Francis Ted Fernandes, sócio de Bueno, ao jornal O Globo em que ele afirma que foi criada "uma armadilha". "Ele [Neymar pai] montou uma cena para parecer extorsão. Ele sabia a gravidade do que tinha acontecido", disse Fernandes.

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Os interpelados, no entanto, se recusaram a responder as questões. No processo, os advogados deles consideram a ação descabida.

"A referida reunião, entre advogados, buscava única e exclusivamente alternativa de solução dos conflitos e transcorreu dentro da mais absoluta regularidade. Ao contrário do que atribuiu o interpelante (Neymar), jamais houve qualquer pedido, ou exigência de pagamento de valores indevidos, nem tampouco foram externadas ameaças, veladas ou não, com o fim de auferir vantagem econômica", responderam ao juiz.

Segundo o defensor dos interpelados, Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, eles procuraram o pai do atleta para um acordo, o que é normal nesse caso, e afirma que não houve tentativa de extorsão. A reunião ocorreu no dia 29 de maio, dois dias antes da suposta vítima ir até a Delegacia da Defesa da Mulher em São Paulo e registrar boletim de ocorrência.
Em entrevista à Band no dia 3 de junho, o pai de Neymar afirmou que os advogados "pediram dinheiro, um cala boca para a menina".

"Esse cenário de que teria ocorrido um crime de extorsão, é uma antítese absoluta em relação aos fatos", disse Pitombo, advogado dos interpelados. "Não houve nada de ilegal, advogados fazem contatos para tomar acordo antes de tomar providência. A discussão era de um possível acordo, como poderia ser, mas nada de nenhuma indenização."

Após pedido do jogador e de seu pai, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar crime de extorsão. O caso é investigado por Monique Patrícia Ferreira Lima, delegada do 11º Distrito Policial de São Paulo. O próprio Mauro Naves prestou depoimento no começo de julho.

"Nessa briga entre os advogados dos dois lados, minha participação é irrelevante. Na delegacia, fui recebido de forma muito respeitosa e, de maneira muito tranquila, respondi a tudo que me foi perguntado. E como corre em sigilo de justiça, me comprometi a não divulgar o teor das perguntas e respostas. E assim farei. Mas saiba que nada aconteceu de excepcional", disse Naves em entrevista ao UOL nesta quarta (31).

Neymar e Najila se encontraram em Paris nos dias 15 e 16 de maio. Ela viajou de São Paulo para a capital francesa com passagens e estadia bancadas pelo atacante. Os dois se encontraram duas vezes no hotel Sofitel Arc De Triomphe.

Duas semanas após o encontro, de volta ao Brasil, a modelo registrou boletim de ocorrência na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher em Santo Amaro, zona sul da cidade. Em seguida, a delegada Juliana Lopes Bussacos instaurou inquérito e colheu depoimentos de Najila e Neymar, além de 12 testemunhas. No último dia 29 de julho, a delegada concluiu o inquérito e afirmou que não tinha elementos para indiciar o jogador.

"Durante o inquérito foi juntado laudo sexológico, de corpo de delito indireto, a ficha de atendimento do hospital onde ela passou por atendimento psicológico e do atendimento particular, laudo dos celulares e do tablet do filho e não tive elementos do acusado", afirmou Bussacos.

O inquérito foi entregue ao Ministério Público. O órgão, titular da ação, tem o prazo de 15 dias, a contar a partir do último dia 30, para tomar alguma medida. Entre elas, o Ministério Público pode: arquivar o caso; discordar da Polícia Civil e oferecer denúncia contra Neymar; solicitar novas diligências como depoimentos e outras provas; oferecer denúncia contra Najila pelo crime de denunciação caluniosa.



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