Fortaleza recebe segundo voo com deportados dos Estados Unidos
Secretária de Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, relatou que os deportados estavam em condições deploráveis

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Na tarde desta sexta-feira (7), Fortaleza (CE) recebeu o segundo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos (EUA). A cidade cearense, considerada a rota aérea mais próxima dos EUA, foi o destino final para 111 repatriados, incluindo homens, mulheres, crianças e adolescentes.
Os repatriados foram recebidos por autoridades do Itamaraty, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal (PF) e da Defensoria Pública da União. Devido à grande quantidade de deportados oriundos de Minas Gerais, foi organizado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino a Belo Horizonte (MG), para facilitar o deslocamento de parte dos repatriados até suas cidades de origem.
O defensor público-geral da União, Leonardo Cardoso de Magalhães, afirmou que todos os deportados terão assistência jurídica para regularizar documentos e retomar suas vidas no Brasil. "Muitos precisarão atualizar o CPF, tirar a carteira de trabalho digital, além de obter informações sobre benefícios previdenciários e assistenciais", explicou Magalhães. A Defensoria Pública se comprometeu a prestar orientações jurídicas para garantir que todos os deportados possam acessar seus direitos de forma rápida e eficiente.
A Secretária de Direitos Humanos do Ceará, Socorro França, relatou que os deportados estavam em condições deploráveis. Segundo França, muitos deles relataram ter sofrido com a falta de alimentação e com o abalo emocional causado pela prisão. "Eles estavam muito machucados emocionalmente... estavam presos, quase sem alimentos", contou. A secretária destacou que, ao desembarcarem, os deportados foram desalgemados e receberam alimentos, água, kits de higiene e o acolhimento necessário para um tratamento humanizado.
Com a intenção de evitar a repetição de episódios de violação de direitos humanos, como os registrados em 24 de janeiro, quando o primeiro voo com deportados chegou ao Brasil, o governo estadual preparou um esquema de recepção adequado. Naquela ocasião, os repatriados chegaram algemados e com os pés acorrentados, enfrentando dificuldades como problemas no ar-condicionado e a falta de banheiros durante o voo.
O segundo voo de repatriação, que teve origem na Louisiana, contou com o acompanhamento de diplomatas do Consulado-Geral do Brasil em Houston, no Texas, e fez uma breve escala em Porto Rico antes de seguir para Fortaleza, garantindo uma coordenação eficiente entre as autoridades brasileiras e americanas.