Papa Francisco nomeia primeira mulher para cargo de liderança no Vaticano
Ela assumirá o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, que supervisiona as ordens religiosas
Nesta segunda-feira (6), o papa Francisco nomeou a Irmã Simona Bramblia como a primeira mulher a liderar um dicastério no Vaticano. Ela assumirá o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, que supervisiona as ordens religiosas. Antes dessa nomeação, Bramblia já exercia funções no dicastério desde 2019, além de ter sido missionária em Moçambique e diretora do Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata.
Essa decisão representa um marco na inclusão das mulheres na liderança da Igreja Católica, algo que tem sido defendido pelo papa Francisco. Desde 2022, mulheres podem comandar dicastérios, mas até agora ocuparam apenas cargos interinos ou de menor responsabilidade. A nomeação de Bramblia, portanto, marca um avanço importante nesse processo.
Embora as mulheres possam assumir a liderança de dicastérios, nem todos os setores estão acessíveis para elas. Os dicastérios ligados a funções sacerdotais, como o Dicastério para os Bispos e o Dicastério para o Clero, continuam sendo liderados por homens, já que as funções litúrgicas e sacramentais são restritas a eles. No caso de Bramblia, seu vice, Ángel Fernández Artime, dividirá a liderança do dicastério com ela.
A presença feminina no Vaticano tem crescido ao longo dos anos. Dados de 2023 mostram que a porcentagem de mulheres no Vaticano aumentou de 19,3% em 2013 para 23,4%. No entanto, críticos afirmam que as mulheres ainda ocupam papéis secundários, e sua participação nas decisões mais importantes da Igreja continua limitada, especialmente em paróquias e cargos de maior poder.