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Brasil pede desculpas oficiais pela escravização das pessoas negras

A declaração foi feita oficialmente durante evento em Brasília, nesta quinta-feira (21)

Por Carlos Rocha Publicado em
Brasil pede desculpas oficiais pela escravizacao das pessoas negras ASCOM MDHC
Brasil pede desculpas oficiais pela escravização das pessoas negras (Foto: Ascom/ MDHC)

O governo federal, em nome do Estado brasileiro, pediu desculpas públicas à população negra pela escravização dos negros e os impactos persistentes dessa prática no país. A declaração foi feita oficialmente durante evento em Brasília, nesta quinta-feira (21), quando o advogado-geral da União, Jorge Messias, leu a mensagem de pedido de desculpas.

"A União manifesta publicamente o pedido de desculpas pela escravização das pessoas negras, bem como de seus efeitos. Reconhece que é necessário envidar esforços para combater a discriminação racial e promover a emancipação das pessoas negras brasileiras. Por fim, compromete-se a potencializar o foco de criação de políticas públicas com essa finalidade", disse Messias, destacando o compromisso do governo com a promoção da igualdade racial.

Durante a cerimônia, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, fez questão de lembrar a luta histórica da população negra por liberdade e igualdade. Ela ressaltou que o reconhecimento oficial da escravização é o resultado de um longo processo de luta, com a contribuição de diversos atores do movimento negro. "Essa memória de mais de 300 anos de escravidão não acaba no 13 de maio. O 14 de maio começa com o abandono total da população negra no país", afirmou a ministra, reforçando a importância de continuar a busca por direitos plenos.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também se pronunciou no evento, fazendo uma referência à memória de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Para Anielle, além do pedido de desculpas, o ano de 2024 também marcou a condenação dos assassinos de sua irmã, um passo importante na luta contra a violência. "Não é normal a cada dia e em cada instante lidarmos com essas mazelas e essas dores. São desafios enormes, por isso é importante pensarmos em um trabalho coletivo, concreto e transformador", concluiu.



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