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MP pede condenação de pastor que, durante pregação, disse ter beijado filha

O Ministério Público de Minas Gerais requer o pagamento de R$ 300 mil por danos morais coletivos e uma retratação pública

Por Carlos Rocha Publicado em
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MP pede condenação de pastor que, durante pregação, disse ter beijado filha (Foto: Reprodução: Instagram/prlucinho)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) solicitou a condenação do pastor Lúcio Barreto Júnior, conhecido como Lucinho, da Igreja Batista da Lagoinha, por incitação à violência de gênero. O pedido é resultado de uma declaração polêmica feita durante um culto, onde o pastor revelou ter beijado a filha na boca. O MPMG requer o pagamento de R$ 300 mil por danos morais coletivos e uma retratação pública.

O episódio ocorreu em abril deste ano, durante um culto voltado para homens. Em sua fala, o pastor disse: "Eu peguei minha filha um dia, dei um beijo nela, falei que amava ela. Ela passava e eu dizia: Nossa, que mulherão. Ai se eu te pego. Um dia ela se distraiu e eu dei um beijo na boca dela. E eu falei assim: Quando eu encontrar seu namorado eu vou falar: Você é o segundo, eu já beijei".

O promotor de Justiça Ângelo Alexandre Marzano descreveu a fala de Lucinho como um "odioso exemplo para pais e educadores", ressaltando que esse tipo de discurso promove violência, inclusive sexual, e viola os valores éticos e sociais relacionados às mulheres e às famílias.

Além da condenação do pastor, o MPMG também pede que a Igreja Batista da Lagoinha seja responsabilizada solidariamente, destinando a indenização a um fundo público em defesa da igualdade de gênero. O órgão solicita que a retratação pública ocorra no mesmo templo, com a mesma duração e número de participantes do culto em que a declaração foi feita. Além disso, exige que a igreja publique o vídeo da retratação e o mantenha disponível por pelo menos um ano.

A ação do Ministério Público foi desencadeada por uma representação de Sara Azevedo, candidata a vereadora em Belo Horizonte pelo PSOL, feita em 3 de maio deste ano. Em suas redes sociais, ela expressou apoio à ação do MP, afirmando: "Essa nossa luta contra a violência de gênero, contra incitação ao ódio e, principalmente, a luta em defesa das mulheres e da igualdade para as mulheres está tendo resultado. E essa condenação precisa vir, para garantir não só a indenização que está sendo pedida, mas principalmente mostrar que Belo Horizonte não é território desse pessoal que quer fazer violência de gênero".

Em maio desse ano, o religioso publicou um vídeo sobre o assunto em suas redes sociais explicando que se tratava de um “beijo inocente e puro com o intuito de levantar a autoestima, nada além disso”, afirmando que odeia tudo relacionado à pedofilia e abuso infantil.

No vídeo de retratação, Pastor Lucinho contou que o vídeo polêmico foi gravado em uma pregação em que estiveram presentes mil homens e ele falava sobre a necessidade de levantar autoestima dos filhos. “Eu fiz um comentário brincalhão. Quem me conhece, e conhece meu estilo de pregação sabe como eu sou. Eu brinco, falo uma pregação sempre leve, alegre, mas agora estão pegando e tirando do contexto o que eu quis dizer ali”, disse.

“A única coisa que eu quis dizer é que nós, pais, temos que amar, cuidar, beijar e abraçar nossos filhos e dizer o quanto eles são maravilhosos. O resultado deu certo: minha filha se tornou uma mulher maravilhosa, me deu um netinho lindo”, continuou.

Além de publicar o vídeo, o pastor também pediu orações para ele e sua família, já que estão sujeitos a muitas críticas por serem pessoas públicas.



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