Presidente Lula demite ministro Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual
As denúncias foram divulgadas pelo portal Metrópoles na tarde da quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too
Na noite desta sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, em decorrência de graves denúncias de assédio sexual contra o titular da pasta.
Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, "o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual".
As denúncias foram divulgadas pelo portal Metrópoles na tarde da quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. A entidade afirmou ter atendido mulheres que asseguram terem sido assediadas sexualmente por Silvio Almeida, sem revelar nomes ou detalhes adicionais.
Silvio Almeida, que ocupava o ministério desde janeiro de 2023, é advogado, professor universitário e reconhecido como um dos mais importantes intelectuais brasileiros contemporâneos. Autor de obras influentes como "Racismo Estrutural" (2019), Almeida contribuiu significativamente para o debate sobre direitos humanos, filosofia, economia política e relações raciais no Brasil.
Após as denúncias tornarem-se públicas, Almeida foi convocado a prestar esclarecimentos ao Controlador-Geral da União, Vinícius Carvalho, e ao Advogado-Geral da União, Jorge Messias. Em resposta, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu um procedimento preliminar para investigar os fatos.
A Polícia Federal também abriu um protocolo inicial de investigação sobre o caso, conforme informado pela instituição. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que "o governo federal reconhece a gravidade das denúncias" e que o caso está sendo tratado com a rigor e celeridade que situações envolvendo possíveis violências contra as mulheres exigem.
O Ministério das Mulheres classificou as acusações como "graves" e manifestou solidariedade a todas as mulheres que denunciam assédio e violência. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto de mãos dadas com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, expressando apoio e solidariedade neste momento difícil.
Em nota, o governo reafirmou seu compromisso com os direitos humanos e destacou que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada. "O governo federal reitera seu compromisso com os direitos humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada", completou a nota.
As investigações continuam em andamento, e a expectativa é de que a normalização das atividades ministeriais ocorra conforme os resultados das apurações das Comissão de Ética Pública e da Polícia Federal.