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Venezuela tem votação tranquila e alto comparecimento

Eleitores começaram a formar fila na noite anterior à abertura das seções

Por SBT News Publicado em
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Eleitores fazem fila na Venezuela para votar (Foto: Marcelo Torres/SBT)

Em meio à desconfiança da comunidade internacional, a Justiça Eleitoral da Venezuela cumpriu a promessa e entregou um sistema de votação rápido e espalhado por todos os cantos do país.

Depois de algumas eleições em que muitos eleitores se mostraram apáticos e sem vontade de participar do processo, desta vez o ânimo era outro e a votação era assunto corriqueiro nos bares, restaurantes e táxis.

A ansiedade para votar era tanta que, em muitas cidades, os eleitores dormiram na porta das seções eleitorais na noite de sábado (27) para domingo (28) para garantir que nada saísse errado. De manhã, as filas eram grandes, mas os relatos de quem acabava de votar era de que o processo foi simples e rápido.

As urnas eletrônicas venezuelanas não são como as brasileiras, em que o eleitor escolhe o candidato por número. Aqui, fotos aparecem em um painel na tela. O presidente Nicolás Maduro tem treze retratos espalhados por esse mosaico. Edmundo González, líder da oposição, apenas três. A explicação é o número de partidos que apoia cada um.

Na saída de uma seção, encontro uma faxineira que mora em Petare, uma comunidade empobrecida no leste de Caracas. Em outros anos, votou com o governo, mas agora quer uma mudança e diz que "fica arrepiada" de pensar que María Corina Machado pode ganhar. É uma confusão que muitos eleitores fazem. A ex-deputada foi inabilitada pela Justiça Eleitoral e fez o que pôde para transferir seus votos a González. Quando pergunto à eleitora o que pensa dele, ela diz que não sabe muita coisa.

Um homem de pouco mais de 50 anos também conta que vai votar na oposição com a esperança de que parte da família que vive agora na Argentina possa voltar ao país se as coisas melhorarem.

A onda de esperança que levou eleitores oposicionistas a votar em peso também animou o outro lado a comparecer, mas numa seção eleitoral comum, é difícil distinguir quem é quem, já que ninguém vota com símbolos dos candidatos.

As duas principais campanhas conseguiram mobilizar milhares de pessoas nas ruas do país, mas não se pode dizer que foi uma disputa parelha. Nas ruas de Caracas, há inúmeros cartazes e outdoors de Maduro e praticamente nenhum de González. O mesmo acontece nos principais canais de televisão, onde o opositor quase não aparece. Também não houve debates entre os dois.

O governo espera que, se vier uma vitória, possa convencer a comunidade internacional de que tem legitimidade para seguir no comando do país e, com isso, suspender as sanções que tanto prejudicam a economia local.

A oposição, que também acredita na vitória, já fala em uma nova era e na oportunidade de refundar o país em outras bases. A expectativa é que os primeiros resultados sejam conhecidos por volta das 22 horas, horário de Brasília. Será uma madrugada movimentada.



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