"Abin paralela": PF cumpre cinco mandados de prisão contra alvos em quatro estados e no DF
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator de diversos inquéritos envolvendo Bolsonaro e aliados no Supremo Tribunal Federal (STF)
A "Abin paralela" atuante no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PF) motivou a nova e quarta fase da operação Última Milha, da Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (11). Agentes cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão contra alvos em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator de diversos inquéritos envolvendo Bolsonaro e aliados no Supremo Tribunal Federal (STF).
Como funcionava a "Abin paralela"?
A força-tarefa investiga núcleo criminoso montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apelidado de "Abin paralela", para monitorar ilegalmente localização de celulares de autoridades públicas, policiais, juízes e jornalistas, entre outros considerados adversários políticos ou desafetos do governo Bolsonaro, e produzir fake news (notícias falsas) supostamente usando sistemas do órgão.
O nome da operação faz referência ao software espião FirstMile, da empresa israelense Cognyte, comprado pelo governo no fim da gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB) e usado oficialmente até 2021.
Policiais Federais serão investigados pela CGU
Segundo a PF, a nova e quarta fase da Última Milha verificou que envolvidos na "Abin paralela" criaram perfis falsos de membros dos Três Poderes e jornalistas e divulgaram informações falsas na internet.
"A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos", detalhou a PF, em nota.
Investigado cai em contradição na PF
De acordo com a corporação, investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
A Última Milha começou em outubro de 2023, quando dois servidores da Abin foram presos, além de mandados de busca e apreensão. À época, a operação também afastou diretores mantidos na agência mesmo após a mudança de governo.