Quase metade da população brasileira será obesa daqui a 20 anos, diz estudo
Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz, 48% da população acima de 18 anos deverá ser obesa e 27% terão excesso de peso
A cada 10 brasileiros, sete serão obesos ou terão excesso de peso nos próximos 20 anos, se forem mantidos os padrões atuais. A conclusão alarmante é de um estudo da Fundação Oswaldo Cruz apresentado no Congresso Internacional de Obesidade realizado em São Paulo.
Juliana Giuranno tem 1,54 metros de altura e pesa 70 quilos. Ela está acima do peso ideal, no entanto, a realidade hoje é muito diferente daquela de um ano atrás, quando a engenheira chegou aos 100 quilos.
"Eu não me olhava no espelho. Olhava de manhã para escovar os dentes, limpar o rosto, me maquiar, mas eu não me olhava. Eu perdi a referência da minha autoimagem”, relata.
Muita gente lida com a mesma sensação, e ao que tudo indica, a previsão não é boa: 75% dos brasileiros adultos vão sofrer de obesidade ou sobrepeso nos próximos 20 anos. Quase 50% (48%) da população acima de 18 anos deverá ser obesa e quase 30% (27%) terão excesso de peso. Onze milhões de novos casos de doenças crônicas como diabetes, pressão alta, problemas no coração, rins e até o câncer devem provocar 800 mil mortes nesse período.
Atualmente, mais da metade dos brasileiros (56%) já sofrem de obesidade e sobrepeso (34% obesos, 22% sobrepeso). A Organização Mundial da Saúde considera a obesidade uma doença crônica. Segundo especialistas, isso faz com que muitos pacientes, mesmo tendo força de vontade, precisem da ajuda médica para conseguir emagrecer.
Juliana conta que faz tratamento há oito meses e já perdeu 30 quilos. Ainda faltam 10. Ela lutou para escapar dos principais riscos que a obesidade pode causar, como explica a endocrinologista e nutróloga Lorena Balestra.
"Uma doença inflamatória capaz de desencadear diversas outras doenças como dislipidemia, que é a alteração do colesterol, diabetes. Ela pode influenciar até causar mesmo o câncer, alterações hormonais, alteração do sono, apneia do sono”, explica.
A perda de peso trouxe mais do que saúde para a vida da Juliana. "Minha confiança, minha segurança, tanto como empresária, mãe, esposa, mulher. É radical a mudança. Não fujo, pelo contrário, eu procuro por elas”, confessa.