Morre o ativista Eliseu Neto, aos 45 anos
Autor de ação que gerou criminalização da homofobia no STF, psicólogo teve trajetória reconhecida de ativismo
O psicólogo e ativista da comunidade LGBTQIA+ Eliseu Neto morreu nesta terça-feira (21) no Rio de Janeiro. Ele tinha 45 anos. Eliseu foi diagnosticado com uma doença autoimune e, em 13 de maio, chegou a publicar em suas redes sociais um pedido de ajuda para custear o tratamento. A informação de sua morte foi confirmada pelo Cidadania, partido ao qual ele era filiado desde 2011.
Trajetória
O ativista se formou em psicologia pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e se especializou em psicanálise pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), no início dos anos 2000, antes de se destacar na militância pelos direitos humanos da comunidade LGBTQIA+.
No Rio de Janeiro, foi candidato a vereador pelo extinto PPS (que viria a se tornar Cidadania) em 2012, mas não se elegeu. Nos anos seguintes, integrou o Comitê Carioca da Cidadania LGBT, mobilizou emendas orçamentárias para a criação de um Centro de Referência de Combate ao Preconceito e trabalhou na redação da Lei Estadual de Homofobia.
A nível nacional, Eliseu se destacou ao protocolar uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que, ao ser julgada procedente, resultou na criminalização da homofobia no Brasil e no fim da proibição da doação de sangue por homossexuais, em 2019.
Nas redes sociais, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi uma das autoridades a lamentar a morte do ativista. "Que sua memória siga viva na luta pela igualdade de direitos, pela não discriminação e pelo direito fundamental de ser e de amar", escreveu a parlamentar.