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De melatonina a Zolpidem: entenda os riscos dos medicamentos para dormir

Remédios e suplementos podem causar sintomas variados, caso sejam tomados sem orientação médica

Por SBT News Publicado em
Mulher aborrecida na cama Freepik
A maior parte desses medicamentos tendem a causar dependência (Foto: Freepik)

Amnésia, esquecimento, delírio e paranoia. Tomar alguns remédios para dormir sem prescrição médica, como o Zolpidem, pode estar associados a esses e outros riscos. Suplementos como a melatonina também precisam de atenção.

No caso do Zolpidem, além de causar esses sintomas, os medicamentos também fazem com que a pessoa "desaprenda a dormir", explica o psiquiatra Bruno Brandão. Ainda segundo ele, a maior parte desses medicamentos tendem a causar dependência.

"O sono é uma alteração fisiológica do nível de consciência, tanto que a gente dá uma 'viajada' enquanto dorme, sonhamos, enfim. Mas estamos dormindo. Se a pessoa toma o medicamento, não dorme e com essa alteração do nível de consciência, pode culminar nesses estados de paranoia e delírio", completa

De acordo com o especialista, a maior parte desses medicamentos tendem a causar dependência. Ele explica que no momento da interrupção do uso do medicamento, a pessoa chega a sofrer crises de abstinência.

"A pessoa começa tomando um comprimido por dia e passa um tempo ela já está tomando dois, três, quatro", disse

Já a melatonina, que é um hormônio produzido pelo nosso próprio organismo (na glândula pineal), liberado principalmente no início da noite, quando cai a iluminação natural, também pode gerar dependência e não funcionar em alguns casos. Apesar de ser utilizada como medicamento para dormir, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza seu uso apenas como suplemento alimentar.

Segundo o Hospital Albert Einstein, caso a falta de sono seja comportamental, no momento em que a pessoa parar de consumir o hormônio, voltará a ter insônia. Ainda de acordo com a instituição, a melatonina não mantém o sono, apenas ajuda em seu início.

O suplemento deve ser evitado por pessoas com epilepsia. portadores de doenças autoimunes e mulheres que estão tentando engravidar, segundo Laura Shane-McWhorter, professora do Departamento de Farmacoterapia da Universidade de Utah, nos EUA.

O que fazer em caso de insônia?

Para tratar a insônia, é necessário entender suas causas, segundo o especialista. Em muitos casos, ela é apenas uma consequência de transtornos como os da ansiedade, depressão, por exemplo. Por isso, ele reitera que primeiro o quadro deve ser diagnosticado, para que ele seja tratado corretamente.

"Se precisar de tratamento com medicação, é preciso ter uma data de início e término, para não deixar o medicamento pela vida inteira", disse

Alguns hábitos prejudicam o sono

De acordo com Brandão, alguns hábitos devem ser evitados para melhorar a qualidade do sono: ficar no quarto o dia inteiro, cochilar durante o dia, ter pouco contato com a luz, tomar café em excesso e ter contato com telas (como TV e celular) próximo ao horário de dormir.

"Para regular o sono, basicamente é preciso seguir o fluxo do sol. Não necessariamente tomar sol, mas simplesmente deixar a luz entrar no ambiente em que você está", disse

Regular o sono "não é da noite para o dia"

Para regular do sono, é preciso de planejamento e "não é feito da noite para o dia", explica o psiquiatra. Em muitos casos, ele exemplifica, pode levar pelo menos de duas até três semanas.

Buscas aumentaram no Google

O interesse de busca por Melatonina e Zolpidem aumentaram no Google. O primeiro, por exemplo, teve número de buscas cada vez mais expressivo nos últimos três anos, de acordo com o Google Trends. Veja abaixo:

Melatonina googlebuscas
melatonina_googlebuscas.jpeg

O Zolpidem, por sua vez, apresentou picos de buscas no ano passado. Observe:

Zolpidem google
zolpidem_google.jpeg


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