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Confirmada terceira morte por varíola dos macacos no Brasil

Paciente de 31 anos tinha comorbidades e estava há um mês internado em um hospital da capital fluminense

Por Carlos Rocha Publicado em
Mais casos de varíola dos macacos devem surgir e nível global, diz OMS
Mais casos de varíola dos macacos devem surgir e nível global, diz OMS (Foto: Reprodução/ Twitter)

O Brasil registrou, nesta segunda-feira (3), a terceira morte ocasionada por complicações em decorrência da varíola dos macacos. O paciente era um homem de 31 anos que tinha comorbidades e problemas de imunidade. Ele estava há um mês internado em um hospital da capital fluminense. Das mortes registradas até agora no Brasil, duas foram no Rio de Janeiro e uma em Minas Gerais.

De acordo com o boletim mais atualizado, a Paraíba possui 17 casos confirmados, porém, nenhuma hospitalização. Todos seguem em isolamento, sendo monitorados. Além disso, o estado investiga outros 165 casos suspeitos, sendo 89 deles em João Pessoa.

A morte confirmada nesta segunda-feira (31) é de um paciente que deu entrada no Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no dia 31 de agosto. Dois dias depois, foi transferido para o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, onde se encontrava desde então.

Segundo a SES-RJ, o paciente foi tratado com o medicamento experimental tecovirimat, o que resultou em melhora parcial das lesões, mas, no sábado (1º), sofreu parada respiratória e morreu.

Conhecida internacionalmente como monkeypox, a varíola dos macacos é endêmica em regiões da África e se tornou uma preocupação sanitária devido à disseminação para diversos países desde maio. A doença é causada por um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças como a cowpox e a varíola humana, erradicada no Brasil em 1980 após campanhas massivas de vacinação.

A varíola dos macacos foi descrita pela primeira vez em 1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem daí o nome da doença. No entanto, no ciclo de transmissão, os macacos são vítimas como os humanos. Na natureza, roedores silvestres provavelmente representam o reservatório animal do vírus.

Entre pessoas, a transmissão ocorre por contato direto, como beijo ou abraço, ou por feridas infecciosas, crostas ou fluidos corporais, além de secreções respiratórias. O sintoma mais característico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Além dessas lesões, podem ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.

Em todo o mundo, foram reportados mais de 61 mil casos e 23 mortes. Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos emergência de saúde pública de interesse internacional.

Embora o índice de letalidade seja baixo e as defesas do próprio organismo geralmente sejam capazes de combater e eliminar o vírus, há risco de agravamento, principalmente para pessoas imunossuprimidas com HIV/aids, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes, crianças com menos de 8 anos de idade e pacientes com leucemia, linfoma ou metástase. Como prevenção, a pessoa acometida deve ficar isolada até que todas as feridas tenham cicatrizado. Também é recomendado evitar contato com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado.

As vacinas para a varíola humana são eficazes para combater o surto da varíola dos macacos, mas não há, por enquanto, previsão quanto a uma campanha de imunização em massa, tendo em vista a necessidade de produção de doses em escala mundial. Conforme recomenda a OMS, devem ter prioridade profissionais de saúde e pesquisadores laboratoriais. Em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval à importação do imunizante pelo Brasil.

Com Agência Brasil



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