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Justiça mantém prisão de médico acusado de manter paciente em cárcere

Avaliação é de que não há nenhuma ilegalidade na prisão do médico

Por Carlos Rocha Publicado em
Justiça mantém prisão de médico acusado de manter paciente em cárcere
Justiça mantém prisão de médico acusado de manter paciente em cárcere (Foto: Reprodução)

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou nesta tarde (22) um habeas corpus pedido pela defesa do cirurgião plástico equatoriano Bolívar Guerrero Silva. O profissional está preso desde segunda-feira (18), acusado de manter uma paciente em cárcere privado, como forma de ocultar seu estado de saúde após procedimentos estéticos no abdômen e nas mamas.

O pedido de habeas corpus foi apresentado mais cedo e distribuído no plantão judiciário para o desembargador Luiz Felipe Francisco. "Não há, no caso concreto, situação que justifique o afastamento da apreciação do pedido de liberdade provisória pelo Juiz natural da causa”, escreveu ele.

O magistrado avaliou que não há nenhuma ilegalidade na prisão do médico. Também considerou devidamente fundamentada a prorrogação da prisão temporária, determinada ontem (21) pela juíza Priscilla Macuco Ferreira, que está à frente do caso. Segundo ela, a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) precisa de mais tempo para concluir o inquérito. Priscilla também pontuou que Bolívar tentou atrapalhar as investigações, dificultando acesso ao prontuário da paciente. A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do cirurgião plástico.

Segundo a acusação, Daiana Chaves Cavalcanti se internou no início de junho para a realização das cirurgias no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias (RJ), unidade na qual Bolívar trabalha. Após os procedimentos, a paciente de 35 anos apresentou sequelas no abdômen e vinha pedindo a transferência por entender que corria risco de morte, com feridas abertas. O médico negou todos os pedidos.

Daiana recorreu à Justiça e foi finalmente transferida ontem (21) para o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na zona norte da capital fluminense. Para custear a transferência e o tratamento da paciente, foi determinado o bloqueio de R$ 198 mil das contas do Hospital Santa Branca e do médico.

“A gente queria que ela saísse de lá. Lá não tem estrutura, e o hospital de Bonsucesso, a gente entende que tem referências e especialistas na área. Até que se prove o contrário, a gente entende que sim. A gente precisava tirar de lá, não somente pelo que a gente presenciou, mas porque tinha laudo médico de um profissional dizendo que lá não tinha estrutura”, disse à Agência Brasil o advogado Ornélio Mota, que defende a paciente.

Essa é a segunda vez que Bolívar é preso. A primeira ocorreu em 2010, quando ele foi investigado por uso de substâncias não autorizadas durante os procedimentos estéticos. Desde que o caso de Daiana se tornou público, pelo menos outras 11 mulheres foram à polícia para apresentar queixas contra o médico equatoriano. Segundo o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), por irregularidades nos procedimentos estéticos, o cirurgião plástico já havia sido punido anteriormente com suspensão do exercício da profissão por 30 dias.



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