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Opinião: função de dublagem em redes sociais facilitam a criação de notícias falsas amadoras

Este texto poderia ser um “case de sucesso” se não fosse um detalhe.

Por Renata Nunes Publicado em
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Nos últimos anos, a soberania de redes sociais “ocidentais” como o Facebook e Instagram passou a ser ameaçada por redes sociais chinesas como o Kwai e, principalmente, o TikTok. Com incentivo a premiações em dinheiro para novos usuários, uma gama de vídeos para descontrair e funcionalidades de edição de vídeo, elas caíram no gosto das pessoas no Brasil.

Este texto poderia ser um “case de sucesso” se não fosse um detalhe: uma das funcionalidades das redes sociais está sendo utilizada de forma deturpada por algumas pessoas. Quem acessa as redes sociais citadas sabe que vídeos “redublados” são uma das principais “trends” por lá. Não são poucos os vídeos se utilizam da funcionalidade de sobreposição de áudio sobre um arquivo. Na maioria das vezes, a técnica resulta em vídeos divertidos. Só que nem sempre é assim.

Nas últimas semanas, não foram poucas as vezes que vimos circular em outras redes sociais e, principalmente, no WhatsApp, vídeos bombásticos de teor político que foram, na realidade, adulterados com a função de dublagem. No Boatos.org, desmentimos dois exemplos.

Em um deles, Lula teria sido “envergonhado” por um repentista durante um comício. Na realidade, pegaram imagens de um comício e o áudio de um repente de um artista simpático ao presidente Jair Bolsonaro.

Em outro, imagens da Marquês de Sapucaí foram sobrepostas por áudios com palavras de ordem contra a TV Globo e contra Lula. Novamente, a edição foi feita em uma rede social e saiu sendo espalhada por outros espaços (como o WhatsApp).

Nos dois casos, os vídeos tinham um elemento: uma marca d’água de uma rede social e a ID de um perfil criado nela. Além disso, detalhes técnicos como a falta de sincronia do áudio e do que está no vídeo e mudanças bruscas no som ambiente denotam a farsa.

É óbvio que muita gente vai, à primeira vista, duvidar da veracidade dos vídeos. Porém, sempre vai existir aquele internauta que, por conta de ideias pré-concebidas e um pouco de falta de atenção, vai acreditar nas histórias falsas e, ainda por as compartilhar.

Não desejamos que as redes sociais deixe de disponibilizar as funções em questão. Porém, alertar que vídeos com qualidade técnica muito abaixo das temidas (e que não mostraram tanto poder de dano) deepfakes também enganam. Por isso, se você vir um vídeo bombástico com uma marca d’água de uma rede social, fica a dica: sempre desconfie. Pode ser uma montagem feita de forma amadora por gente, talvez, não tão amadora assim.


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