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Auxiliando na alfabetização de filha pequena, fisioterapeuta descobre talento na educação

Se colocando mais no lugar dos professores, mãe quer seguir na Pedagogia

Por Renata Nunes Publicado em
Auxiliando na alfabetização de filha pequena, fisioterapeuta descobre talento na educação
Auxiliando na alfabetização de filha pequena, fisioterapeuta descobre talento na educação (Imagem: Divulgação/Educa Mais Brasil)

O isolamento social mais severo lá no início da pandemia de Covid mudou de forma drástica a rotina de muita gente. Na educação, crianças precisaram dar continuidade aos estudos dentro de casa, com o auxílio dos pais. Para que o processo de alfabetização da pequena Anna Vitória, de seis anos, não ficasse prejudicado, a mãe dela, a fisioterapeuta Marianna Carvalho, 31, assumiu o papel de professora.

“Quando começou a pandemia, nós achamos que seriam apenas 15 dias e, depois, o tempo foi aumentando. No início, ela me questionava muito sobre sair e ir para escola. Aí eu olhei vídeos na internet para tentar explicar e fazer ela entender a mudança repentina de rotina e o porquê de precisarmos ficar distantes das pessoas, da escola, dos amigos”, explica a fisioterapeuta que descobriu uma vocação antes não explorada.

Especialmente na fase de alfabetização, o contato com colegas, professores e a rotina escolar é muito importante para o desenvolvimento das crianças. Por isso, mesmo com a ajuda da escola, Marianna precisou arregaçar as mangas, focar no instinto de mãe para aperfeiçoar novas habilidades. Tudo para não prejudicar o desempenho acadêmico da filha.

“Com o passar do tempo, a escola começou a se adaptar ao novo normal e aí passou a mandar as atividades, mas para mim ainda era pouco. Por isso, usei o recurso da internet para buscar alternativas para ela começar a desenvolver a escrita, a leitura e treinar as habilidades já conquistadas no período presencial antes da pandemia. Eu tive uma surpresa muito grande por conseguirmos alcançar o objetivo de ensinar e aprender, pois o trabalho foi muito mais meu e dela do que de outra pessoa”, avalia.

Marianna, que sempre valorizou o papel dos professores, sentiu na pele as dificuldades do ato de ensinar. A experiência acabou despertando uma nova vocação. Agora, a fisioterapeuta quer também cursar pedagogia e seguir no caminho da educação. “Eu valorizo muito a escola, o professor. Agora mais do que nunca... se com uma aluna, que é minha filha, foi difícil, eu imagino o desafio de um professor ensinar a dez crianças, com personalidades diferentes, dez famílias diferentes, tudo diferente”, reconhece.

Pensando no período pós-vacina que traz a possibilidade de retorno mais seguro das aulas presenciais, a preocupação agora é outra. Se, para os adultos, a dificuldade de não manter o contato físico já é grande, imagine para uma criança que tem como principal característica a proximidade. “A orientação sobre os cuidados precisa ser reforçada dentro de casa”, alerta a mãe, fisioterapeuta e futura pedagoga. Máscara, álcool gel na mochila, dose de imunização assim que for liberada a vacina para a faixa etária abaixo dos 12 anos são alguns dos cuidados que não podem ser negligenciados. “Sempre oriento bastante que ela que não vai anos poder abraçar os coleguinhas, nem tirar a máscara. Vamos precisar manter o distanciamento, mesmo sabendo que é difícil”, conclui.


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