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Estudantes dão aulas gratuitas para quem quer fazer vestibular para medicina

Monitoria é realizada on-line com foco nos vestibulares do país, incluindo o Enem

Por Juliana Alves Publicado em
Projeto Berá foi idealizado por universitários
Projeto Berá foi idealizado por universitários (Foto: Divulgação)

Um dos cursos mais concorridos do país, o de Medicina, forma um dos profissionais mais respeitados e requisitado do mercado. Conhecido por doar o seu talento e o seu tempo em prol da manutenção e benefício da vida dos seus pacientes, o médico tem o dia 18 de outubro como data de homenagens para a profissão.

E para ajudar a quem deseja tentar uma vaga na graduação, um grupo de estudantes do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) se uniu para oferecer monitoria gratuita a pré-vestibulandos que querem se preparar para diferentes processos seletivos, sendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o foco do grupo. Do encontro dos alunos, nasceu o Projeto Berá (@projetobera). Berá, do tupi, quer dizer brilhar, resplandecer. O nome condiz com o propósito de fazer com que outros estudantes brilhem nos vestibulares, garantindo a tão sonhada vaga não só em medicina, como também em outros cursos.

Toda a iniciativa é organizada pelos próprios estudantes e partiu da sensibilidade deles com o fechamento de escolas em virtude da pandemia da Covid-19, fazendo com que muitos alunos tivessem que estudar por conta própria. Cada inscrito é auxiliado de perto por um monitor(a) que se dispõe a ser um padrinho ou uma madrinha tirando dúvidas, dando dicas e outras orientações. O foco do projeto tem sido atender pessoas oriundas de escolas públicas, que não tenham outro tipo de acompanhamento nesse período da pandemia.

“O projeto, para além dessa parte de compartilhamento de conhecimento teórico, é também uma forma de tranquilizar o aluno que está nesse período tão nervoso até porque ele vai estar em contato com quem há pouco tempo passava pela mesma situação de se preparar para o vestibular. Nesse sentido, o Berá é como um espaço de escuta também. Então, a gente acaba criando relações muito legais e de aprendizado mútuo”, explica Carol Paraíso, uma das idealizadoras do Projeto Berá.

As aulas têm duração de uma hora por monitoria, são semanais e pela internet. Por ser virtual, a iniciativa conseguiu atender estudantes de diferentes estados. No último ciclo formativo – que iniciou em julho e vai até novembro –, 44 monitores se organizam para atender 53 alunos. Além dos encontros individuais com seu monitor, os pré-vestibulandos têm acesso a um grupo geral do WhatsApp onde podem tirar dúvidas a qualquer momento e um e-mail para enviar redações para correções.

Projeto vai contribuir para carreira de medicina

Para Felipe Barros, também graduando no curso de medicina da UFBA, que começou no projeto dando monitorias de matemática e hoje também faz parte da administração, sua participação também lhe permite olhar para vivências de diferentes estudantes e estar em contato com outras realidades. “O projeto, inicialmente, foi criado para ajudar outros alunos na pandemia, mas acabou extrapolando para uma questão de nivelamento de oportunidades mesmo. Como atendemos a maioria dos estudantes de escolas públicas e algumas da rede particular, nós temos a responsabilidade de lidar com diferentes realidades”, explica.

Felipe também destaca que, por lidar com pessoas de diferentes contextos sociais, os monitores ampliam o olhar humanizado para o outro, habilidade tão importante para a carreira de médico, cujo dia 18 de outubro é dedicado à profissão. A data foi criada em homenagem a São Lucas, considerado o patrono da medicina.

“Acho que é o mais gratificante. Eu e muitos outros monitores do projeto tivemos várias oportunidades. Fizemos cursinho, estudamos em escolas particulares de qualidade e eu percebo que há assuntos que não são dados em alguns colégios públicos, além das estruturas serem mais precárias, como os estudantes relatam. Na pandemia, muitos ficaram sem aula. É realmente muito legal fazer parte desse projeto que contribui para o nosso crescimento enquanto pessoas e profissionais no futuro”.

Sensibilidade e empatia são as palavras que vêm à mente da estudante Carol Paraíso ao falar do retorno que o projeto traz para a sua vida. “Essa vivência amplia nosso olhar e cuidado para com o outro, a nossa escuta e o conhecimento de outras realidades. A gente pensa e enxerga as coisas de outra forma”, finaliza a estudante.

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