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São Paulo libera Pfizer para grávidas com 1ª dose da AstraZeneca

Medida contraria recomendação do Ministério da Saúde

Por Carlos Rocha Publicado em
Câmara aprova projeto que amplia categorias prioritárias na vacinação
Câmara aprova projeto que amplia categorias prioritárias na vacinação (Foto: Reprodução/ YouTube - SBT Jornalismo)

Gestantes e puérperas do estado de São Paulo que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz vão tomar a segunda dose com o imunizante da Pfizer/BioNTech. A informação foi dada hoje (21) pelo governo de São Paulo.

“A medida passa a valer a partir desta sexta-feira, dia 23, e é válida a todas as gestantes e puérperas que tomaram primeira dose da AstraZeneca e que poderão tomar a segunda dose da Pfizer”, disse Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo.

A decisão do governo de São Paulo contraria a recomendação do Ministério da Saúde de utilizar o mesmo imunizante aplicado na primeira dose e esperar o prazo de 45 dias após o parto para que a segunda dose seja aplicada. O Ministério da Saúde também recomendou que a vacinação de grávidas e puérperas não seja mais feita com o imunizante da AstraZeneca, mas com os da Pfizer e do Instituto Butantan (Sinovac/CoronaVac).

Segundo o governo paulista, a decisão em adiantar a imunização das gestantes e não esperar os 45 dias após o parto para a aplicação da segunda dose se deve principalmente pelo avanço dos casos da variante delta, que é mais transmissível e tem provocado um grande aumento no número de casos em diversos países. Até o momento, o governo paulista confirma nove casos de transmissão comunitária dessa variante no estado de São Paulo. Estudos têm demonstrado que uma pessoa só estará protegida contra a variante delta se tiver tomado as duas doses da vacina.

"Temos que fazer uma análise de risco. Neste momento, a mortalidade por covid-19 é muito superior a qualquer risco que poderia acontecer com a vacina. Um risco teórico, já que o risco evidente a gente não tem. Agora, temos a certeza que deixar essas mulheres desprotegidas por um período de até 10 meses seria uma incoerência muito grande", disse Rossana Pulcineli, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp). “É importante que a gente leve em consideração que estamos começando a ter a variante delta no nosso país e também no nosso estado, ainda que com número pequeno. Já existem evidências de que uma dose só da vacina não protege contra a variante delta. Então é muito importante que todas as gestantes e médicos saibam da necessidade de que esse esquema [vacinal] seja completo”, disse.

De acordo com o governo de São Paulo, tomar doses diferentes de imunizantes está embasada em estudos que demonstraram boa proteção com a chamada “intercambialidade” de vacinas desses dois laboratórios e está em conformidade com recomendações da Sogesp, da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações (CPAI) e do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo.

“Existem já alguns estudos iniciais da utilização da vacina da AstraZeneca e posteriormente a segunda dose com a vacina da Pfizer onde foi observado que a imunidade era garantida com a segunda dose da vacina e que não havia aumento de efeitos adversos importantes”, disse Rossana.

A medida deve beneficiar 8,8 mil grávidas e puérperas do estado que, em maio, receberam a primeira dose da AstraZeneca. Segundo o governo de São Paulo, 229 mil grávidas e puérperas iniciaram o esquema vacinal no estado e 34,6 mil já estão completamente imunizadas.

“A gente pede que essas gestantes que tomaram a primeira dose da AstraZeneca verifiquem seu cartão vacinal. Então, procure a unidade básica de saúde, de preferência onde já tomou a sua primeira dose para, no prazo, tomar a segunda dose da vacina da Pfizer”, disse Regiane de Paula, coordenadora geral do PEI (Plano Estadual de Imunização).



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