Estudo atesta a eficiência da CoronaVac contra a variante P.1 entre idosos
Foram investigados 43.774 adultos com 70 anos ou mais, residentes no estado de São Paulo, todos sintomáticos para Covid-19
Nesta quarta (21), foi publicado um novo estudo que atesta a eficiência da Coronavac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, na prevenção da variante gama (P.1, amazônica) do vírus SARS-CoV-2 em idosos com mais de 70 anos. O artigo Effectiveness of the CoronaVac vaccine in the elderly population during a P.1 variant-associated epidemic of Covid-19 in Brazil já está disponível na plataforma de preprints MedRxiv, onde são disponibilizadas pesquisas ligadas à saúde que estão em processo de revisão.
A eficácia da vacina contra hospitalizações 14 dias após a aplicação da segunda dose foi de 59%, e contra mortes, de 71,4%. O indicador variou com o aumento de idade: entre os indivíduos com idade de 70 a 74 anos, a eficácia foi de 61,8% contra a doença sintomática, de 80,1% contra hospitalizações e de 86% contra mortes.
“Em resumo, ficou evidenciado que um esquema de duas doses de CoronaVac foi eficaz na prevenção de casos sintomáticos de Covid-19 e na prevenção de desfechos clínicos mais graves entre idosos frente à variante gama”, afirmam os autores no artigo.
O trabalho foi realizado por pesquisadores ligados à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, à Organização Pan-Americana de Saúde, à Universidade de São Paulo e às universidades norte-americanas da Flórida e de Yale, entre outras instituições. Foram investigados 43.774 adultos com 70 anos ou mais, residentes no estado de São Paulo, todos sintomáticos para Covid-19.
O objetivo da pesquisa era estimar a eficácia da CoronaVac contra a Covid-19 sintomática na população idosa do estado de São Paulo durante a ampla circulação da variante gama. De acordo com o boletim epidemiológico da Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, iniciativa liderada pelo Instituto Butantan e que realiza o sequenciamento genômico de resultados diagnósticos positivos para Covid-19, essa cepa é dominante no estado de São Paulo, concentrando mais de 90% dos casos.
Os autores concluem que, embora outras pesquisas ainda devam contribuir para reafirmar a eficácia do CoronaVac contra a variante gama, os resultados fornecem evidências que suportam o uso da vacina no Brasil e nos demais países da América do Sul que enfrentam a disseminação da variante gama do SARS-CoV-2.