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Notícias falsas colocam eficácia da Coronavac em xeque

Neste A Semana em Fakes, Edgard Matsuki, editor do Boatos.org, comenta notícias falsas recentes que colocam eficácia da Coronavac em xeque e visam, de uma só vez, atacar China, João Doria e vacinas.

Por Renata Nunes Publicado em
CoronaVac é liberada para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos
CoronaVac é liberada para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos (Foto: Reprodução/SBT)

Quando o governo federal (incluindo o presidente Jair Bolsonaro) começou a mudar de postura em relação à vacinação, a desinformação sobre imunizantes chegou, inclusive, a arrefecer. Isso durou pouco tempo. Na última semana (e dias anteriores), presenciamos novos ataques a imunizantes, principalmente, à Coronavac.

A primeira das informações erradas apontou para um suposto relatório de alerta ao Brasil no qual a Coronavac não poderia controlar a pandemia. Na realidade, o que foi chamado de relatório foi a aspa de uma entrevista a um tabloide britânico. Além disso, a matéria tinha dados errados sobre eficácia da vacina em testes.

Não demorou muito para também aparecer uma notícia falsa que apontava que o governador de São Paulo, João Doria, havia optado por tomar a vacina da Pfizer. A informação também não procedia. Doria tomou a Coronavac, como prova a própria carteira de vacinação dele.

Já nesta semana, uma notícia que apontava que o hospital Sírio-Libanês (em São Paulo) estaria lotado de vacinados na UTI começou a ser utilizada como “prova de que a vacina não imuniza”. Além de, em algumas versões, a fonte da informação estar errada, o próprio hospital negou essa hospitalização em massa e dados sobre internação de vacinados provam o contrário do que foi apontado.

As fake news sobre a vacina não pararam por aí. Ainda nesta semana, uma mensagem apontava que um teste de anticorpos após a segunda dose provaria que a Coronavac não imuniza. A informação também é falsa. Testes do tipo não, necessariamente, indicam se a pessoa está imunizada ou não.

Para terminar, uma tese bizarra que apontava que imunizados com a Coronavac passariam a ter um efeito magnético de “grudar moedas no braço” também circulou na web. Não é preciso nem dizer que a balela não só não fazia sentido e que tudo não passava de um truque barato.

Essa enxurrada de ataques contra a Coronavac não é algo do acaso. Na realidade, atacar a vacina em questão significa atacar três dos principais alvos prediletos de bolsonaristas. 1) O governo de São Paulo João Doria. 2) A China e o “comunismo” do país asiático. 3) As vacinas em geral (principal alvo de movimentos conspiracionistas antivacinas).

A respeito deste tipo de fake, temos que fazer o mesmo de sempre. 1) Não dar ouvidos a informações vindas de fontes não confiáveis. 2) Checar o conteúdo que você recebe em redes sociais. 3) Confiar na ciência. Neste sentido, a ciência atesta: a vacina é o caminho para acabar com a pandemia e a Coronavac (assim como outras vacinas aprovadas pelas autoridades sanitárias) cumpre o seu papel de proteção à população.



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