Acusada de manter idosa em trabalho análogo ao escravo nega acusações
Neide Pereira, de 61 anos, afirma que estava trabalhando há 22 anos para a família de Mariah Corazza, sem direitos básicos, como registro, 13º ou férias.
Mariah Corazza, acusada de manter Neide Pereira da Silva, de 61 anos, em trabalho análogo ao escravo relatou em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, publicada nesse domingo (26) na Folha de S. Paulo, negou as acusações e declarou que estava apenas tentando ajudar.
Neide afirma que estava trabalhando há 22 anos para a família, sem direitos básicos, como registro, 13º ou férias. De acordo com ela, o salário era no valor de R$ 300. Mariah Corazza é ex-executiva e afirmou na entrevista que o caso foi 'um pouco forjado' e que estava tentando ajudá-la.
Conforme o depoimento de Mariah, Neide não foi funcionária da casa e o quartinho foi oferecido para ajudá-la durante um momento de crise financeira.
Em depoimento ao Ministério Público do Trabalho (MPT), Neide contou que tomava banho de caneca porque o chuveiro que usava tinha apenas água fria. Ela disse ainda que depois da pandemia do novo coronavírus, foi impedida de entrar na casa principal e até de ir ao banheiro. "Urinava em um balde e depois jogava no ralo que ficava no fundo do jardim”, relatou.
Mariah disse que Neide não era funcionária da família e que dormia no quarto de forma esporádica. Ela afirmou também que vez ou outra pagou a conhecida para que ela passeasse com os cachorros. "Depois que deixou de ser diarista da minha mãe, a Neide nunca mais foi diarista na minha casa. O único serviço que prestou para mim foi cuidar dos cachorros. Eu pagava R$ 400, em duas vezes. Até onde eu sei, esse valor está dentro do razoável", alegou.
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A ex-executiva também disse que Neide lavava louça de vez em quando de forma voluntária e que já passou uma blusa do esposo, só 'para ajudar'.
"Sabe aquela coisa? Ela tá passando [na cozinha], viu que tinha uma louça, acabou lavando. Tem uma situação forjada aí, talvez visando um ganho financeiro. Não sei", declarou.
Ela foi questionada se havia pensado na possibilidade da relação trabalhista conter erros já que, de acordo com Mariah, Neide prestava 'serviços eventuais'. "Como eu conhecia a Neide há 22 anos, [achava que] nunca ela iria chegar e falar 'ah, eu trabalhei para ela e ela nunca me pagou'. Poxa, eu confiava nela, né? Tudo o que eu tinha, ela tinha acesso. Eu paguei pelo que eu pedi para ela fazer para mim, que era cuidar dos cachorros. Não acho que paguei menos do que deveria, nada assim", disse.
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