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Mandetta sobre atraso dos dados da Covid-19: “Se pedissem, não atenderia”

O Ministério da Saúde tem atualizado os números após as 22h, o que prejudica a publicidade das informações

Por Redação T5 Publicado em
Mandetta 1

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta rechaçou os atrasos na divulgação do número de mortes e infectados pela Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O Ministério da Saúde tem atualizado os números após as 22h, o que prejudica a publicidade das informações.

Segundo Mandetta, enquanto esteve na pasta, não houve pedido nesse sentido. “Desde o início, determinei que fosse feito às 17 horas e nunca me pediram para adiar. E mesmo que pedissem, eu não atenderia”, frisou.

Na última semana, a atualização tem registrado atrasos que ultrapassam três horas. Ao mesmo tempo, o país tem registrado recordes de óbitos e adoecimentos. O Metrópoles apurou com uma fonte da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde que as informações das secretarias estaduais de Saúde são reunidas até às 19h, quando as planilhas de casos e mortos são finalizadas. O processo começa por volta das 16h. A pasta conta ainda com um sistema on-line para a inserção dos números pelos gestores locais.

Pela regra, a notificação dos casos deve ser inserida no e-SUS Vigilância Epidemiológica (e-SUS VE), a ferramenta de registro de casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus.

A principal crítica é que as informações têm sido divulgadas após às 22 horas. Isso impacta na publicidade do panorama. Neste horário, os principais telejornais já foram exibidos pelas emissoras de TV e o fechamento dos jornais impressos já está em fase final.

Oficialmente, o Ministério da Saúde não explica a situação. O único posicionamento é que a pasta tem enfrentado “problemas técnicos”. Nos bastidores, especula-se que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recomendou a mudança de rumo.

Os atrasos diários nos dados causam “apagão” e atrapalham resposta à Covid-19, dizem especialistas. A forma como as informações está sendo tratada desencadeou reações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e até de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

 Fonte: Metrópoles



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