Estudo inédito revela por que Covid-19 pode ser mais grave em diabéticos
Pesquisadores da Unicamp descobriram a relação entre a síndrome e o comportamento do vírus no organismo humano
Um estudo inédito no mundo, desenvolvido por cientistas da Unicamp, no interior de São Paulo, revelou por que os pacientes diabéticos são mais propensos a desenvolver quadros grades da Covid-19.
Os pesquisadores descobriram que a maior quantidade de açúcar presente nas células é um fator determinante para o comportamento do vírus no organismo. "Quanto mais açúcar, mais replicação do vírus e, quanto mais esse vírus se replica, mais ele faz com que essas células produzam diversos fatores que induzem inflamação, que vão levar à febre, vão levar aos sintomas que a gente vê na Covid-19, e também vão causar uma desregulação do nosso sistema imunológico, e morte das nossas células do pulmão", explica o professor de Imunologia da Unicamp, Pedro Moraes Vieira.
Dados do Ministério da Saúde indicam que 64% dos pacientes, que morreram em decorrência da Covid-19, tinham pelo menos um fator de risco: 5.236 vítimas eram cardiopatas, enquanto 4.035 tinham diabetes.
No entanto, o pesquisador ressalta que, quando tratadas adequadamente, essas síndromes não aumentam, necessariamente, a vulnerabilidade do paciente ao novo coronavírus. "Quem tem diabetes, mas a glicemia é controlada, isso não entra como um fator de risco. Você tem alguns medicamentos que ajudam nesse processo, mas o que ajuda também é alimentação saudável e exercício físico", explica o professor.
Ao longo do estudo, os cientistas também identificaram substâncias capazes de inibir esses o efeito desregulador do vírus sobre o sistema imunológico. Os medicamentos já estavam sendo testados no tratamento de outras doenças e, um deles, já está na fase de teste clínico para a Covid-19. A expectativa é que, se comprovada a eficácia contra o novo coronavírus, o tratamento esteja disponível dentro de um ano.
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