Aluno da USP com coronavírus diz ter sido alvo de 'deboche' em HU
O estudante de Geografia é o primeiro a ser diagnosticado com a doença na Universidade
O primeiro caso de coronavírus na Universidade de São Paulo (USP) foi confirmado na quarta-feira (11). O estudante de Geografia foi infectado pela ex-esposa, que viajou para a Itália. Apesar de ter os sintomas, Thiago relata ter recebido um atendimento ‘leniente’ e até debochado no Hospital Universitário.
“A primeira médica que nos atendeu agiu com total deboche e pouco caso -chegou a rir da gente. Atendeu a gente sem máscara – isso porque ela estava no plantão da emergência do HU – nem encostou nela (ex-esposa) e disse que as pessoas ‘estão surtadas’ com o coronavirus”, conta.
“Insistimos e ela simplesmente nos deu as costas e saiu andando. Fomos até a ouvidoria do HU solicitar que alguém nos atendesse. Após muita insistência, a chefe do plantão pediu que nos dirigíssemos a uma sala que ela nos atenderia. Após o atendimento, ela disse que os sintomas não eram plenamente compatíveis com o corona e que provavelmente era só uma coincidência”
A situação mudou quando os sintomas ficaram evidentes, conta o estudante. “Tudo mudou na quinta de manhã quando acordei com febre e com a garganta ardendo. Fui imediatamente ao HU e informei sobre a situação. Apenas neste momento o meu caso foi tratado com o devido protocolo. Fui colocado em uma sala isolado e um médico e uma residente vieram me atender com toda aquela roupa como se eu fosse um objeto radioativo – o procedimento correto. A médica residente falou que os meus sintomas eram compatíveis com o corona e fez a coleta para o exame. Apenas neste momento recebi a orientação de ficar em casa e recebi um atestado que me afastava do trabalho por 10 dias”, explica.
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