Lula recebe prêmio da Fundação Internacional dos Direitos Humanos
O ex-presidente não participou da cerimônia, realizada em Madrid
Em um vídeo que foi exibido na sessão de entrega do prêmio na capital espanhola, Lula da Silva agradeceu "do fundo do coração" a atribuição do prêmio, que considerou não ser apenas dele, mas também "de todas as pessoas que lutam" pela defesa dos Direitos Humanos, da Liberdade, da Democracia e do combate às injustiças.
"Gostaria muito de estar aí para receber o prêmio Nicolás Salmerón", disse o ex-presidente na curta declaração enviada.
Na cerimônia, quem recebeu o prêmio em nome de Lula foi Luiz Marinha, ex-ministro do Trabalho e Emprego e ministro da Previdência Social no governo do ex-Presidente.
A Fundação Internacional dos Direitos Humanos explicou que o prêmio foi atribuido como resultado da "dignidade e do caráter respeitoso, pacífico e democrático com que [Lula] assume a perseguição política judicial a que foi sujeito, o que levou a longos períodos de detenção arbitrária".
A fundação sustenta que a origem desta "perseguição política responde ao propósito de completar o incidente inconstitucional e antidemocrático anteriormente realizado contra a Presidente Dilma Rousseff", onde o objetivo final seria "forçar e alterar ilegitimamente as eleições presidenciais de Outubro de 2018".
A instituição não-governamental sublinha que, quando era presidente, Lula "conseguiu" colocar três refeições diárias na mesa de milhões de famílias e desenvolver a agricultura extensiva em terras desaproveitadas, o que teve como resultado "tirar quase 30 milhões de seres humanos da pobreza".
"A sua prisão arbitrária não só prejudicou a sua reputação e liberdade pessoal, mas também a ordem constitucional e o progresso social do Brasil", considera a Fundação Internacional dos Direitos Humanos.
O Prêmio Nicolás Salmerón foi atribuído anteriormente a personalidades como o ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero (2009) e a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner (2011).
Luiz Inácio Lula Da Silva foi presidente do Brasil de janeiro de 2003 a janeiro de 2011, tendo sido, em julho de 2017, condenado pela Justiça a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente cumpria pena em regime fechado de 8 anos e 10 meses de prisão na cidade de Curitiba desde 07 de abril de 2018, por corrupção, quando foi libertado em 08 de novembro passado, um dia após o Supremo Tribunal Federal decidir anular prisões em segunda instância, como era o caso do ex-governante.
A Fundação Internacional dos Direitos Humanos afirma ser uma instituição "não-governamental, laica, pluralista, diversa, não violenta, feminista, independente de credo, partidária e empresarial, internacional e sem fins lucrativos".
A instituição dedica-se à "divulgação das ideias, princípios e valores contidos na letra e no espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, dos Princípios de Yogyakarta, dos Princípios de Ruggie e de outros textos afins".
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