Ex-presidente do Paraguai é alvo de operação da Lava Jato
Ele é suspeito de ter ocultado seu patrimônio por meio do doleiro Dario Messer, preso em julho deste ano após meses foragido.
ITALO NOGUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes é alvo nesta terça-feira (19) de um mandado de prisão expedido na Operação Lava Jato do Rio de Janeiro.
Ele é suspeito de ter ocultado seu patrimônio por meio do doleiro Dario Messer, preso em julho deste ano após meses foragido.
O juiz Marcelo Bretas expediu 16 mandados de prisão preventivas e 3 temporárias. Um dos alvos é o doleiro Najun Turner. Ele já foi preso em São Paulo.
Cartes é amigo de longa data de Dario Messer, a quem chamava de "irmão de alma". O ex-presidente manteve relações próximas com o pai do doleiro, Mordko Messer, que o ajudou na década de 1990 quando esteve na mira da Justiça por evasão de divisas.
O ex-presidente Cartes é um dos empresários mais ricos do país, com empresas que atuam na área do tabaco e dono de bancos. Havia queixas e denúncias de outros países, como Colômbia e México, de que os cigarros paraguaios piratas, muitos deles fabricados pelas empresas de Cartes, estavam entrando ilegalmente em seus países.
O paraguaio deixou a presidência em agosto do ano passado com baixa popularidade, com apenas 18% de aprovação. Ele tentou, sem sucesso, aprovar uma emenda constitucional que o permitisse concorrer à reeleição. Denúncias apontaram que ele apresentou assinaturas falsas.
Pela lei paraguaia, o ex-presidente assume o cargo de senador, mas sem direito a voto.