Governo do Rio investiga se policiais foram a hospital buscar bala que matou Ágatha, 8
Ágatha, 8, estava a bordo de uma kombi, com sua mãe, no complexo do Alemão (zona norte carioca), quando foi atingida por um projétil de fuzil no último dia 20.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O governo do Rio de Janeiro investiga se policiais militares invadiram o hospital onde a menina Ágatha Vitória Félix, 8, foi internada para encontrarem a bala que acabou por matá-la.
A busca pelo projétil não teria sido frutífera porque a equipe médica se recusou a entregá-lo, segundo reportagem da revista Veja.
Pouco após a reportagem ser publicada, nesta quinta (3), o governador do estado, Wilson Witzel, declarou que "tudo será apurado com rigor".
"Sobre a informação de que policiais militares teriam tentado pegar a bala que atingiu a menina Ágatha, minha posição é firme: tudo será apurado com rigor. Os fatos, se comprovados, são inadmissíveis. Os culpados serão punidos", escreveu Witzel em rede social.
Ágatha, 8, estava a bordo de uma kombi, com sua mãe, no complexo do Alemão (zona norte carioca), quando foi atingida por um projétil de fuzil no último dia 20. Familiares e testemunhas afirmam que o disparo partiu de um dos policiais que estava no local; a polícia disse que atirou após ter sido alvo de disparos vindos de supostos agressores.
A perícia comprovou que a bala saiu de um fuzil, mas, segundo investigadores, não pode determinar de qual fuzil -se da polícia- por ter tido partes pulverizadas.
Procurada pela reportagem, a PM disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que a presença de policiais em unidades de saúde "checando informações sobre a entrada de vítimas de disparos de arma de fogo faz parte das rotinas de atuação das equipes durante o serviço".
Afirmou, ainda, que "possíveis condutas inapropriadas" por parte de PMs "são objeto de apuração do Inquérito Policial Militar instaurado pela PMERJ e das investigações da Delegacia de Homicídios da Capital sobre o caso".Também questionada, a Polícia Civil informa que "não há nada nos autos sobre o fato citado". De acordo com a Veja, a Delegacia de Homicídios, sob guarda da força civil, estaria tentando convencer integrantes da equipe médica a depor sobre a invasão. Não haveria imagens da cena, e os profissionais de saúde estariam receosos de falar abertamente, por temer algum tipo de revanche.
Já a direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas, para onde Ágatha foi levada, afirma que a munição que matou a criança "ficou preservada na unidade desde o momento da entrada da paciente até o recolhimento do projétil pelas autoridades que conduzem a investigação".
Na terça (1º), o jornal Folha de S.Paulo mostrou que policiais envolvidos na morte de Ágatha contrariam versão inicial da PM sobre o episódio. Na véspera, só dois dos 11 agentes envolvidos participaram da reconstituição do assassinato.
Veja mais: