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Mortes por sarampo no Brasil vão a quatro; casos em 90 dias se aproximam de 2.800

Só nos últimos 90 dias, parâmetro adotado pelo Ministério da Saúde para monitorar o surto, o Brasil registrou 2.753 casos confirmados.

Por Redação T5 Publicado em
Sarampo casos brasil

NATÁLIA CANCIAN BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Subiu para quatro o número de mortes confirmadas por sarampo no país. O novo registro ocorreu em Pernambuco, onde a secretaria estadual de saúde confirmou a morte de uma criança com menos de um ano. Outras três mortes ocorreram em São Paulo, estado que responde por 98% dos casos da doença até agora. Só nos últimos 90 dias, parâmetro adotado pelo Ministério da Saúde para monitorar o surto, o Brasil registrou 2.753 casos confirmados.

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Destes, 2.708 ocorreram em São Paulo, 15 no Rio de Janeiro, 12 em Pernambuco, sete em Santa Catarina e três no Distrito Federal. Os estados de Goiás, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Piauí registraram um caso cada.


Segundo o Ministério da Saúde, os registros estão distribuídos em 120 municípios. Já em Goiás e Piauí, os registros ocorreram em outros locais, mas receberam atendimento no estado. Atualmente, a faixa etária com maior número de registros de casos é a de bebês menores de um ano. Para esse grupo, a incidência da doença é de 54,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, estão crianças de um a quatro anos, com 15,8 casos por 100 mil habitantes, e jovens de 20 a 29 anos, com 10,5 casos por 100 mil habitantes.

O alto número de casos em bebês menores de um ano, que não fazem parte do calendário vacinal para a doença, levou o Ministério da Saúde a recomendar, em agosto, a aplicação de uma dose da tríplice viral em bebês de seis meses a 11 meses a 29 dias. Chamada de dose zero, a vacinação não substitui as doses de rotina, que devem ser aplicadas aos 12 meses, por meio da vacina tríplice viral, e aos 15 meses, por meio da vacina tetraviral ou pela tríplice viral associada à vacina contra varicela. A efetividade da vacina é maior para aqueles que tiveram todas as doses recomendadas. Para crianças menores de seis meses, a previsão é que já haja uma proteção caso a mãe tenha sido vacinada.

A recomendação é que pais de crianças dessa faixa etária evitem exposição a aglomerações e mantenham higienização adequada e ventilação de ambientes. Em caso de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite e manchas brancas na mucosa bucal, a recomendação é procurar serviços de saúde imediatamente.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, faz um apelo para que pessoas já vacinadas não busquem a vacina, sob risco de faltar doses para crianças. "Vimos em postos de saúde adultos com duas doses dizendo que não tinham sido vacinados. Estamos tirando doses de crianças porque tem adultos que não estão seguindo a recomendação à risca", afirma. Após ter sido considerado eliminado no país, o sarampo voltou a registrar casos no país em 2018, inicialmente nos estados de Roraima e Amazonas.

O impulso para o retorno da doença foi a entrada de casos importados e a baixa cobertura vacinal no Brasil. A situação fez o país perder o certificado de país livre da doença, o qual havia sido entregue pela Opas em 2016. Contribuiu, também, a queda na cobertura vacinal e a disseminação de informações falsas sobre a vacina.

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE O SARAMPO
A reportagem elencou as principais dúvidas sobre o sarampo e a respeito da campanha de vacinação realizada em são Paulo.

O que é sarampo? É uma doença infecciosa aguda transmitida por um vírus, caracterizada por manchas na pele. A doença estava erradicada no Brasil, mas voltou. Uma das razões é a baixa cobertura vacinal, ou seja, as pessoas deixaram de se vacinar.

Como é transmitido? A transmissão acontece pela saliva, carregada pelo ar (quando a pessoa tosse, fala ou espirra). Ou seja, é altamente contagiosa.

Quais os sintomas? Febre alta (acima de 38,5°C), manchas vermelhas na cabeça e no corpo, tosse, dor de cabeça, coriza e conjuntivite.

Sarampo pode matar? Sim. É uma doença que traz complicações graves, inclusive neurológicas, e pode levar à morte. Também pode deixar sequelas como a surdez.

Como é o tratamento? O doente é isolado e apenas os sintomas são tratados. Por isso, a vacinação é a ferramenta mais eficaz no combate à doença.

O que fazer em caso de suspeita? Encaminhar o paciente a um serviço de saúde, que por sua vez notificará a vigilância epidemiológica para que esta vacine quem teve contato com o doente.

Quem deve se vacinar? Bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias devem tomar a dose da campanha e as duas do calendário nacional de imunização, aos 12 meses e 15 meses; crianças e jovens de até 29 anos precisam ter tomado duas doses da vacina –quem tem de 30 a 59 anos, apenas uma dose. A maioria das pessoas com mais de 60 anos não precisa da vacina, pois já teve contato com o vírus. Na dúvida sobre ter ou não tomado a vacina na infância, é melhor tomá-la agora. Não é preciso levar a carteirinha de vacinação. Em ações de bloqueio, quando identificado caso suspeito da doença, todos devem tomar a vacina, que é uma imunização pontual.

Onde é feita a vacinação? Em postos de saúde e, durante a campanha, em pontos anunciados pelo governo, como estações do metrô.

Quais as reações à vacina? Febre e dor no local da injeção, com possível inchaço. Não há reações neurológicas. A vacina NÃO causa autismo.

Quem não pode se vacinar? Gestantes, transplantados, quem faz quimioterapia e radioterapia, ou usa corticoides ou tem HIV com CD4 menor que 200. Alérgicos a ovo e lactantes podem tomar a vacina.

Por quanto tempo a vacina vale? Para quem completou as duas doses (ou uma dose até 1989), vale pela vida toda.



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