Obras para reabrir e ampliar Museu do Ipiranga, em SP, começam após seis anos
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador João Doria (PSDB) anunciou neste sábado (7) o início das obras de restauro e de ampliação do Museu Paulista, conhecido como Museu do Ipiranga.
O governo de São Paulo captou, via Lei Rouanet, R$ 160 milhões da iniciativa privada para a realização dos trabalhos, que começarão na segunda-feira (9). Doria diz que o museu será reinaugurado em 7 de setembro de 2022, como parte das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.
Isso permitirá que o governador conte a conclusão dos trabalhos entre os feitos de seu governo, numa vitrine importante para sua eventual campanha à Presidência.
Na primeira fase do projeto serão usados R$ 140 milhões nas obras relacionadas especificamente ao edifício do museu. Os R$ 20 milhões restantes serão usados para intervenções no entorno, como nos jardins, chafarizes, iluminação, e no monumento à Independência, onde se encontra a cripta da família imperial.
Um conjunto de 13 empresas é responsável pelo aporte financeiro. São elas: Itaú, Sabesp, EDP, Caterpillar, EMS, Vale, Honda, Cosan, CSN, além dos bancos Safra, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Localizado no parque da Independência, o museu está fechado para visitação desde 2013, quando foi detectado risco iminente de queda do forro. Ele é um dos museus da USP, sendo por isso também uma unidade de pesquisa, no caso, na área de história.
Desde então, segundo Vahan Agopyan, reitor da Universidade de São Paulo, o acervo do prédio vinha sendo movido para imóveis no entorno do museu, para afastá-los de qualquer risco, e estudos para a reforma vinham sendo feitos.
Agopyan destaca que o Museu Paulista é um museu universitário, voltado à pesquisa histórica, com acervo de cerca de 450 mil itens, entre pinturas, objetos arquivos e biblioteca de obras raras. Ao longo dos anos de fechamento para visitas, o acervo permaneceu acessível a pesquisadores.
O governador não poupou superlativos ao dizer que o museu se tornaria o mais importante e também o mais seguro do país, com sistemas contra furto e incêndio de qualidade internacional.
A ideia, também, é que o novo museu seja autossustentável.
Segundo Doria, além do aumento do número de visitantes -que antes do fechamento eram cerca de 300 mil e que o governador espera que se tornem 900 mil por ano-, receitas virão de equipamentos como café, restaurante e lojas, antes inexistentes, e da locação de espaços para eventos.
"Tem que seguir o exemplo dos museus americanos, nos quais, com ingressos, com locação de áreas fora do período de uso regular, com direitos autorais, ele se torne sustentável. E assim será", disse o tucano.
O governador afirmou que a gestão do museu continuará a ser realizada pela Fundação da Universidade de São Paulo, mas que nenhum dinheiro público será mais destinado ao Museu Paulista, que terá uma nova área de 6.800 m², incluindo sala de exposições temporárias e salas para atendimento do programa educativo.
De acordo com o projeto do escritório HF, vencedor do concurso realizado em 2017 para o restauro, será criado um novo acesso, subterrâneo, que se conectará ao saguão original por escadas rolantes e elevador.
Nessa área de acolhida, que se conecta diretamente por portas e janelas ao Parque da Independência, ficarão café, loja e auditório. Além disso, o sótão do museu, que era usado como reserva técnica, se tornará área de exposição. A partir dele, o público poderá acessar um mirante, a ser criado na cobertura do prédio.
Doria também anunciou que a empresa de engenharia Concrejato ficará responsável pelas obras, o que inclui restauro, ampliação da área e implantação de sistema de controle e de segurança.
A Concrejato foi contratada recentemente pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) para obras emergenciais de reforço das estruturas do Museu Nacional, permitindo assim que os pesquisadores busquem itens do acervo.
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