Em última sessão, Raquel Dodge faz discurso em defesa da democracia
Na fala de despedida como PGR, no Plenário do STF, Dodge pediu que a sociedade e o judiciário estejam alertas às pressões contra a democracia
Raquel Dodge participou, nesta quinta-feira (12), pela última vez, da sessão plenária do Supremo Tribunal Federal como procuradora-geral da República, e fez um discurso duro em defesa da democracia.
"Permaneçam atentos a todos os sinais de pressão sobre a democracia liberal. No Brasil e no mundo, surgem vozes contrárias ao regime de leis, ao respeito aos direitos fundamentais e ao meio ambiente sadio também para as futuras gerações", declarou Dodge, aos ministros do STF.
Celso de Melo, o ministro mais velho do Supremo, elogiou a atuação de Dodge e disse que o Ministério Público Federal não serve para o interesse político individual.
"O Ministério Público não serve a pessoas. O Ministério Público não serve a grupos ideológicos. O Ministério Público não se subordina a partidos políticos. O Ministério Público não se curva à onipotência do poder ou aos desejos daqueles que o exercem, não importando a elevadíssima posição que tais autoridades possam ostentar na hierarquia da República", afirmou o ministro.
Raquel Dodge deixa o mandato de dois anos na próxima terça-feira (17). Ela foi a primeira mulher à frente da PGR.
Para substituí-la, o presidente Jair Bolsonaro escolheu o subprocurador-geral Augusto Aras, que não figurava na lista tríplice eleita pela categoria. Aras ainda será sabatinado pelo Senado, antes de assumir o cargo.
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SBT